A ampla repercussão do caso dos brasileiros que, na Rússia, assediaram uma torcedora, mereceu um posicionamento oficial da ONU.
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O escritório brasileiro das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres ( ONU Mulheres ) divulgou uma nota condenando as práticas de assédio promovidas por torcedores brasileiros na Copa da Rússia.
“É inaceitável a intenção deliberada de alguns torcedores brasileiros de assediar sexualmente mulheres durante a Copa do Mundo , valendo-se de constrangimento, engano, e assim violando os direitos humanos das mulheres”, criticou a representante da ONU Mulheres, Nadine Gasman.
Para ela, ao utilizar palavras de baixo calão, torcedores reduzem as mulheres a objetos sexuais em um exemplo de como a misoginia “assume diferentes formas e não tem fronteiras, ocorrendo em um evento que se propõe a promover a integração dos povos e a união pelo esporte”.
A representante da ONU Mulheres Brasil comemorou que a repercussão pública dos fatos evidencia uma consciência maior sobre o problema. “O fato da reação aos vídeos na mídia e nas redes sociais fala de uma mudança importante. É um repúdio ao machismo e uma forma de mostrar que em 2018 você não pode fazer isso mais”.
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Machismo na Copa
Circulam nas redes sociais na internet diversos registros em que torcedores brasileiros e de outras nacionalidades constrangem e assediam mulheres. Em um dos casos, turistas brasileiros se aproveitam do fato do desconhecimento do português de uma mulher russa para induzi-la a pronunciar termos ofensivos. Em outro, uma jornalista foi constrangida enquanto tenta realizar seu trabalho.
Os ministérios do Turismo, do Esporte e de Relações Exteriores chegaram inclusive a divulgar notas condenando as atitudes de homens com torcedoras russas.
O episódio também teve consequências práticas: a Polícia Militar de Santa Catarina abriu um inquérito contra um tenente identificado em um dos episódios de assédio . A seccional de Pernambuco da Ordem dos Advogados também divulgou nota repudiando os episódios e fazendo referência a outro torcedor identificado, advogado residente no estado.
* Com informações da Agência Brasil
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