Trump assina sanções dos Estados Unidos contra governo da Venezuela
Nicolás Maduro venceu pleito neste domingo; governos de diversos países anunciam que vão chamar embaixadores em Caracas, capital venezuelana
Por iG São Paulo | * |
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta segunda-feira (21) um decreto executivo em que proíbe indivíduos ou entidades agindo nos Estados Unidos de comprar dívidas do governo da Venezuela, assim como bens dados em garantia de empréstimos. O decreto passa a valer a partir desta segunda-feira. O presidente Nicolás Maduro foi reeleito com 6,1 milhões de votos e mais de 50% de abstenção .
De acordo com o decreto, ficam proibidas todas as transações que envolverem compra de dívida do governo da Venezuela , inclusive financiamento para essas compras. Além disso, o texto proíbe a venda de direitos de participação em entidades em que o governo venezuelano tenha mais de 50% de participação.
A decisão de Trump, segundo o decreto, foi tomada como consequência das recentes atividades do governo de Nicolás Maduro, incluindo "má gestão econômica, corrupção, repressão política da oposição e tentativas de 'destruir a ordem democrática' ao realizar eleições precipitadas que não são nem livres nem justas”. O decreto também culpa o governo de Maduro pelo aprofundamento da crise humanitária e de saúde pública no país venezuelano.
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O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, havia se pronunciado mais cedo sobre a reeleição de Maduro. Pence chamou as eleições de farsa e disse que os Estados Unidos estão “contra a ditadura e com o povo venezuelano demandando eleições livres e justas”.
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Reeleição de Maduro
Na noite deste domingo (20), o Conselho Nacional Eleitoral confirmou a já esperada vitória de Nicolás Maduro, do PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela), nas eleições presidenciais. De acordo com o órgão, o atual presidente recebeu cerca de 67% dos votos. O chavista dissidente Henri Falcón recebeu 21% dos votos, enquanto 11% dos eleitores votaram em Javier Bertucci. Maduro comandará o país por mais seis anos.
A eleição, bastante constestada por opositores de Maduro, que afirmaram que não vão reconhecer o resultado, teve número recorde de abstenções. Cerca de 54% dos eleitores venezuelanos não foram às urnas. Grande parte da oposição boicotou o pleito, uma vez que o governo de Maduro impediu a participação de seus principais opositores. Com isso, o atual presidente foi reeleito apesar de seu governo registrar 75% de rejeição com a população local.
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A reeleição de Maduro causa controvérsia também fora da Venezuela . Uma série de líderes mundiais, como Donald Trump e Emmanuel Macron, tratam o presidente venezuelano como ditador e já haviam afirmado que não iriam reconhecer o resultado do pleito deste domingo.
* Com informações da Agência Brasil