Israel diz que pode aumentar resposta a protesto de palestinos na Faixa de Gaza
Sexta-feira foi marcada por confrontos violentos na região, e, apesar da ONU ter criticado ação israelense, exército afirma que vai manter reação ao ato
Por iG São Paulo |
Apesar do pedido da ONU (Organização das Nações Unidas) de utilizar “força letal” como último recurso , Israel afirmou neste sábado (31) que vai aumentar a intensidade de sua resposta aos protestos na Faixa de Gaza caso eles continuem a ocorrer. A afirmação é do porta-voz do exército israelense, o brigadeiro-general Ronen Menelis, de acordo com a Agência EFE.
“Se o Hamas pretende continuar assim e transformar a cerca [da fronteira com Israel] em um lugar de eventos violentos diários até o dia 15 de maio, não vamos permitir esse jogo de pingue-pongue, eles cometendo atos terroristas camuflados de protestos e nós reagindo. Iremos além para acabar com a violência", afirmou Menelis sobre a “ Marcha do Retorno ”, manifestação de palestinos que teve início nesta sexta-feira (30) na Faixa de Gaza sob fortes confrontos.
Milhares de pessoas foram até a fronteira de Gaza com Israel – mais de 30 mil, segundo o exército, e 40 mil, de acordo com fontes palestinas. O objetivo do ato é exigir o direito ao retorno de palestinos às terras que tiveram de deixar ou das quais foram expulsos durante a Guerra de Independência israelense de 1948.
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O porta-voz de Israel afirmou que o exército se limitou a combater aqueles que tentavam ultrapassar a fronteira. "A infiltração em outro país soberano é algo que nenhum país tolera, e nós também não.”
Confrontos da Marcha do Retorno
De acordo com o Ministério da Saúde do Hamas, ao menos 16 pessoas morreram e mais de mil ficaram feridas durante os confrontos. Manelis argumentou que todos os que morreram estavam cometendo ações violentas durante os protestos. Já é o confronto mais letal desde a guerra de Gaza de 2014.
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Ainda segundo a Agência EFE, o exército israelense usou fogo real, balas de borracha e gás lacrimogêneo lançados a partir de drones para evitar que os milhares de palestinos se aproximassem da cerca de fronteira na Faixa de Gaza . Os israelenses, por outro lado, afirmam que os manifestantes lançaram bombas incendiárias e pneus em chamas em direção aos soldados, além de um episódio no qual foram utilizadas armas de fogo.