O ex-presidente da França Nicolas Sarkozy foi detido, na manhã desta terça-feira (20), para prestar depoimento, em colaboração com uma investigação judicial aberta contra ele. A ação apura um possível financiamento ilegal durante sua campanha para a eleição de 2007.
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De acordo com o jornal francês Le Monde, Nicolas Sarkozy já havia sido convocado pela Polícia Judicial de Nanterre, nos arredores de Paris, para se explicar sobre os fundos arrecadados para sua campanha. Após a convocação, seu comparecimento poderia se prolongar por 48 horas, antes de ser apresentado a um juiz para eventual acusação.
Acusação e investigações contra o ex-presidente
Em maio de 2012, o site de notícias Mediapart divulgou um documento que revelava que parte do financiamento da campanha de Sarkozy teria vindo de Muammar Kaddafi, antigo líder da Líbia.
Já em novembro de 2016, o empresário e intermediário Ziad Takieddine afirmou à polícia que recebeu 5 milhões de euros em dinheiro, entre o final de 2006 e o início de 2007, de Trípoli para Paris – valor que entregou a Claude Guéant e a Sarkozy, então ministro do Interior.
Além disso, a Justiça francesa recuperou a agenda que foi do ministro do Petróleo de Kaddafi, Shukri Ghanem, morto em 2012 em circunstâncias suspeitas, onde apareciam mencionados pagamentos de dinheiro ao ex-presidente francês.
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Por fim, um antigo colaborador do líder líbio que se encarregava das relações com a França, Bashir Saleh, também afirmou ao Le Monde que Kaddafi disse ter "financiado Sarkozy".
Um dos juízes que dirigiu a investigação, Serge Tournaire, é o mesmo que o acusou em outro caso, desta vez pelos fundos para a campanha de 2012, em que não foi eleito.
De acordo com o Le Monde , o depoimento sob custódia do presidente da França significa que os magistrados consideram ter provas suficientes para acusá-lo. Entre outras coisas, porque antigos representantes do regime de Kaddafi forneceram elementos que confirmam as suspeitas.
Mesmo com todas as provas e acusações vindas de diversas pessoas, Nicolas Sarkozy sempre negou as irregularidades em sua campanha e denunciou o que chama de 'manipulações' e 'crueldade contra ele'.
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* Com informações da Agência Brasil.