Ativista protesta contra Berlusconi durante as eleições legislativas italianas

Mulher apareceu com os seios à mostra gritando "Berlusconi, o tempo acabou"; antes, 200 mil cédulas com erro tiveram que ser reimpressas em Palermo causando filas de espera para votação na manhã deste domingo (4)

Ativista feminista protesta contra Berlusconi em momento que ex-primeiro-ministro italiano estava votando
Foto: Repodução/Femeninna
Ativista feminista protesta contra Berlusconi em momento que ex-primeiro-ministro italiano estava votando

No momento em que o ex-primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, votava nas eleições legislativas do país neste domingo (4) , em Milão, uma ativista feminista subiu na mesa em frente a ele com os seios à mostra gritando “Berlusconi, o tempo acabou”.

O líder do partido conservador Força Itália (FI) estava rodeado de profissionais da imprensa quando a mulher, que aparenta ter entre 25 a 30 anos, protagonizou o ato. Em suas costas estava escrito a palavra “Femen”, nome de um grupo feminista.

Berlusconi foi condenado por fraude fiscal e não poderá assumir nenhum cargo público até 2019. Sua ilegibilidade o fez escolher como candidato do seu partido, Força Itália, o atual presidente do parlamento europeu, Antonio Tajani.

Há outras duas principais forças brigando pela maioria dos votos: a de centro-esquerda, liderada pelo Partido Democrata (PD), do também ex-premiê Matteo Renzi, e o Movimento 5 Estrelas (M5E), cujo líder é Luigi Di Maio.

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Cédulas com erro

Em Palermo, onde votou o presidente da Itália, Sergio Mattarella, um erro nas cédulas causou atrasos e confusão. Com o problema, alguns eleitores tiveram que esperarem para votar, formando filas e tumulto nos locais de voto. O equivoco aconteceu em 200 mil cédulas, e fez com que alguns nomes dos candidatos não estivessem corretos.

A falha foi descoberta durante a madrugada e a delegação do governo decidiu reimprimir todas. No entanto, o processo demorou mais do que o esperado, e as cédulas não chegaram a tempo em vários centros de votação.

O ex-presidente do Senado e líder do partido de esquerda Livres e Iguais (LeU), formado por ex-membros do governamental Partido Democrático, Pietro Grasso, criticou o ocorrido, considerando o fato como um "grave erro".

"No dia mais importante da democracia, o das eleições, há atrasos e erros inaceitáveis, espero que isto não desanime os cidadãos a participar", afirmou Grasso, que se apresenta como candidato numa das circunscrições uninominais de Palermo.

Os italianos contam com um novo sistema eleitoral que foi aprovado nos últimos meses durante o mandato do atual primeiro-ministro interino, Paolo Gentiloni, e que servirá para escolher os 630 deputados e 315 senadores.

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