Bombardeio em Ghouta, na Síria, deixou mais de 100 mortos há alguns dias; Guterres chama região de inferno na Terra
Reprodução/The Guardian
Bombardeio em Ghouta, na Síria, deixou mais de 100 mortos há alguns dias; Guterres chama região de inferno na Terra

Um "inferno na Terra". Foi assim que o secretário-geral da Organização da Nações Unidas, António Guterres, descreveu a violência na Síria, nesta segunda-feira (26). 

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"Ghouta Oriental não pode esperar, é tempo de acabar com esse inferno na Terra ", disse Guterres ao Conselho de Segurança da ONU, que iniciou sua principal sessão anual em Genebra hoje.

Ghouta Oriental fica em Damasco e, nesta segunda, foi alvo de novos ataques, apesar da trégua de 30 dias decretada pelas Nações Unidas.

"Enquanto saúdo a adoção por parte do Conselho de Segurança da resolução sobre a cessação de hostilidades em toda a Síria durante pelo menos 30 dias, também digo que as resoluções só fazem sentido se são efetivamente implementadas", acrescentou o secretário-geral.

Em seu pronunciamento, Guterres reforçou a exigência de que as forças do ditador Bashar al-Assad implementem o cessar-fogo – principalmente após o pedido feito por grandes potências durante o final de semana.

"É por isso que espero que a resolução seja implementada imediatamente e de maneira sustentada, particularmente para assegurar de forma imediata, segura e sem impedimentos a entrega contínua de ajuda e serviços humanitários, evacuar os doentes graves e os feridos e aliviar o sofrimento dos sírios", ressaltou.

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Por fim, Guterres chegou a afirmar que a ONU está preparada para "desempenhar o seu papel" na busca pela paz na região, a fim de atender os sírios e enviar, através das suas agências humanitárias, a ajuda necessária às áreas cercadas e de difícil acesso, que sofrem as consequências da guerra.

Ataques químicos

De acordo com o alto comissário da ONU para Direitos Humanos, Zeid Ra'ad al-Hussein, ataques aéreos registrados hoje cedo deixaram pelo menos nove pessoas mortas. Entre as vítimas, estão três menores e uma mulher.

Segundo ativistas e a imprensa local, tal ofensiva foi realizada por meio de aviões russos. Nas últimas horas, porém, ocorreram bombardeios em outras partes de Ghouta Oriental, como a cidade de Al Neshabia e os arredores da região de Al March, que ontem foi palco de combates entre o Exército do Islã e as forças sírias.

Porém, a principal informações sobre os ataques de hoje são do Observatório Nacional da Síria. Isso porque a entidade informou que o governo sírio fez um novo ataque químico em Al-Shifuniyah, no leste de Ghouta.

"Vários civis tiveram sintomas de sufocação, uma criança está morta", disse a ONG, afirmando que ainda não possui informações detalhadas sobre o episódio e a natureza das armas usadas na invasão.

Frente a essa denúncia, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serghiei Lavrov, disse que a notícia é uma "provocação" destinada a sabotar a trégua.

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No último fim de semana, o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma resolução na qual pede uma trégua de 30 dias na Síria. No entanto, esses ataques seguem acontecendo no tal "inferno na Terra" que tanto tem recebido a atenção da comunidade internacional.

* Com informações da Agência Ansa.

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