Homem que manteve filha como escrava sexual por 22 anos é condenado na Argentina

Após denunciar os abusos cometidos por Domingo Bulacio às autoridades locais, a mulher passou a receber inúmeras ameaças de parentes de seu pai

O argentino Domingo Bulacio foi condenado a 12 anos de prisão por manter sua filha como escrava sexual por 22 anos
Foto: Reprodução/Diario Panorama
O argentino Domingo Bulacio foi condenado a 12 anos de prisão por manter sua filha como escrava sexual por 22 anos


O argentino Domingo Bulacio, de 57 anos, foi condenado a 12 anos e oito meses de prisão por manter sua filha como “escrava sexual”, tendo oito filhos com ela. A sentença foi decidida nesta quarta-feira (27), na cidade de Santiago del Estero, norte da Argentina.

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De acordo com o portal Daily Mail , Bulacio manteve a filha Antonia como escrava sexual durante 22 anos – desde que a mulher tinha apenas 11 anos – e a engravidou oito vezes. Conhecido pelo apelido de “Vernacho”, o homem foi preso em janeiro do ano passado e estava detido desde então.

O caso veio à tona quando Antonia procurou as autoridades em 2016 e explicou os abusos cometidos por seu pai. Ao ficar sabendo da denúncia, Vernacho fugiu de sua casa, em Villa Balnearia, a uma hora de Santiago del Estero, e ficou desaparecido por 45 dias, período durante o qual testes de DNA confirmaram a paternidade dos filhos da mulher.

"A partir do momento que minha mãe saiu de casa, eu me tornei a esposa de meu pai ", Antonia explicou a um jornal local. "Ele me batia e me perseguia pela casa, com um pedaço de madeira, quando me via conversar com algum vizinho ou quando simplesmente queria abusar de mim", completou.

Antes de Bulacio ser preso, Antonia ainda declarou que estava recebendo inúmeras ameaças de parentes de seu pai. "Eles não estão nem um pouco preocupados com o que aconteceu". Seis dos filhos da mulher viviam em um colégio interno, mas, após a condenação de Bulacio, voltaram a morar com a mãe.

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Casos na Europa

No último mês, uma mulher romana foi resgatada de um cativeiro em Gizzeria, na Itália, após anos de crimes sexuais. Aloisio Francesco Rosaio Giordano, de 52 anos, foi preso sob as suspeitas de mantê-la presa durante 10 anos, durante os quais ela foi torturada, estuprada e engravidou duas vezes.

Após sua prisão, foi descoberto que Giordano era um estuprador já condenado, que havia sido liberado da prisão em 1999.

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O caso de Bulacio é similar ao abuso sofrido por Elizabeth Fritzl, uma austríaca que passou 24 anos presa pelo próprio pai, Josef. Ela vivia dentro do porão de sua família como uma escrava sexual, e durante o período, deu à luz sete filhos e sofreu um aborto.