O candidato conservador Sebastián Piñera, que presidiu o Chile entre 2010 e 2014, foi eleito neste domingo (17) para um novo mandato na presidência do país. O político de centro-direita confirmou seu favoritismo e obteve, com 96% das urnas apuradas, 54,5% dos votos no segundo turno da disputa contra o jornalista de centro-esquerda Alejandro Guillier, que obteve a preferência de 45,4% dos eleitores.
Dono de um canal de televisão e investidor em diversos segmentos econômicos, Piñera substituirá Michelle Bachelet – que apoiava Guillier – a partir do dia 11 de março do ano que vem. No primeiro turno, realizado em novembro, o representante da coalização de direita Chile Vamos já havia saído na frente do jornalista e apresentador de TV . No entanto, surpreendendo as expectativas, Guillier obteve naquela ocaisão 22% dos votos, o que o deixou com uma margem menor do que o esperado entre ele e seu adversário.
Passado o susto da votação, Piñera fez um discurso que tendia para um lado mais conservador para garantir ainda mais votos no segundo turno. “Vamos defender os valores da família e do humanismo cristão”, declarou.
Piñera garantiu para a disputa no segundo turno o apoio de José Antonio Kast, um ultraconservador que obteve 8% da preferência dos eleitores na primeira votação. Ele é apoiado por nostálgicos da ditadura de Augusto Pinochet e por diversas organizações de militares reformados do país.
Também apoiaram o ex-presidente alguns segmentos da Democracia Cristã e eleitores do senador Manuel José Ossandón, que foi adversário de Piñera nas primárias da direita para a presidência.
Antes do início das apurações das urnas neste domingo, o resultado do segundo turno das eleições presidenciais no Chile era considerado uma incógnita. A última pesquisa eleitoral, divulgada no dia 1º de dezembro, mostrava Piñera na frente, com 40% das intenções de voto, enquanto Guiller ficava logo atrás, com 38,6%, o que, na prática, demonstrava empate técnico.
No Chile, o voto não é obrigatório, o que era visto como um fator importante para a decisão de hoje. Isso porque no primeiro turno, realizado em novembro, mais de a metade dos mais de 14 milhões de eleitores foram às urnas, e o índice de participação foi crucial para a disputa acirrada.
Confira abaixo algumas das proposta de Piñera para o Chile:
Economia
- Tornar o Chile membro do grupo de países desenvolvidos até 2025;
- Dobrar o crescimento econômico, que este ano ficará em torno de 1,4%, impedido pela queda do preço do cobre, do qual o Chile é o principal produtor mundial;
- Criar 600 mil vagas de empregos durante seu mandato e diminuir a pobreza dos 11,7% atuais;
- Financiar parte do programa mediante "um esforço de austeridade e redesignação" do orçamento do Estado.
Educação
- Diminuir os juros do Crédito com Aval do Estado (CAE), ao qual tiveram acesso cerca de 800 mil jovens desde a sua criação, em 2006, e com o qual contraíram uma dívida de US$ 8,260 bilhões, o equivalente a 3,6% do PIB chileno;
- Manter a gratuidade para quem já desfruta dela e aumentá-la para 90% dos estudantes de institutos de formação técnica com menos recursos;
- Alcançar o acesso universal e gratuito à educação infantil.
Saúde
- Criar um "Ministério da Família" e um seguro contra doenças catastróficas, como o câncer.
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*Com informações da Agência Brasil