Hotel chinês é multado por aceitar muçulmanos após lei polêmica entrar em vigor

Uma série de "medidas de segurança", que visa diminuir as chances de atentados terroristas na China, tem gerado muita discussão no país asiático

Autoridades chinesas multaram o hotel 7 Days Inn por lei que rejeita minoria étnica Uyghur
Foto: Reprodução/Chris Flickr
Autoridades chinesas multaram o hotel 7 Days Inn por lei que rejeita minoria étnica Uyghur


O hotel "7 Days Inn", localizado na cidade chinesa de Shenzhen, aceitou hóspedes muçulmanos e acabou recebendo uma multa de mais de R$ 7 mil por isso. De acordo com a Radio Free Asia , tudo aconteceu em decorrência de uma lei que determina que hotéis rejeitem a minoria étnica Uyghur, um grupo islâmico que habita a região autônoma de Xinjiang, no noroeste da China.

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“De acordo com as ordens da polícia, nós tivemos que pagar uma multa por receber hóspedes de Xinjiang”, a gerente do hotel contou à rádio. Aprovada recentemente, a nova legislação faz parte de uma série de regulações de segurança que atinge diretamente o grupo de  muçulmanos  que vive no país asiático.

Desde o primeiro milênio antes de Cristo, o grupo étnico Uyghur mora em uma área de dois mil quilômetros, que ultrapassa das fronteiras da China, na Ásia Central. Majoritariamente islâmica, a minoria turca tem enfrentado problemas com o governo chinês desde que as autoridades começaram a se preocupar com ataques terroristas.

Temendo extremistas religiosos em meio aos Uyghures – e após atribuir ao grupo uma onda de ataques violentos – o governo decidiu tomar medidas para lidar com o potencial problema. Muito criticada por grupos de direitos humanos, a China é acusada de exagerar nas decisões e contribuir para casos de discriminação contra os islâmicos.

Restrições religiosas na Áustria

Enquanto o grupo sofre com as sanções do governo chinês, a Áustria anunciou recentemente a proibição do uso de burcas e qualquer outro objeto que cubra o rosto da pessoa. Poucos dias após a aprovação da lei, alguns casos relacionados à legislação foram registrados.

Um exemplo é o mascote da loja de produtos eletrônicos McShark, localizada na capital austríaca de Viena, que estava em seu horário de trabalho quando foi surpreendido pela polícia. Usando uma fantasia de tubarão , o homem se recusou a retirar "a cabeça" da roupa quando as autoridades exigiram. Por isso, ele acabou sendo preso e agora terá que pagar mais de R$ 560 de multa para se livrar das acusações.  

Denunciado por um transeunte, o mascote estava apenas “fazendo seu trabalho”, como disse aos policiais, durante a inauguração da loja. Agora, com a nova lei, a empresa McShark foi afetada como um todo, e seus donos estão em busca de uma alternativa ao uso de fantasias, uma prática tradicional do estabelecimento.

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Esta, porém, não foi a primeira situação envolvendo a nova lei, que afeta os muçulmanos que moram na Áustria. De acordo com a mídia local, uma ciclista foi multada, também em Viena, por usar um cachecol ao redor de seu rosto.