No aniversário de Putin, protestos contra governo russo acabam com 290 presos

Atos ocorreram em 26 cidades do país neste sábado (7), em apoio ao ativista opositor de Vladimir Putin, Alexei Navany, que foi detido pela terceira vez este ano; milhares de pessoas foram às ruas contra autoritarismo do governo

Pelo menos 290 manifestantes foram presos durante protestos de oposição ao governo da Rússia neste sábado
Foto: Reprodução/Twitter NamasteToIndia
Pelo menos 290 manifestantes foram presos durante protestos de oposição ao governo da Rússia neste sábado

As ruas da Rússia foram tomadas por manifestantes contrários ao governo do presidente Vladimir Putin durante o sábado (7), data em que o mandatário comemorou 65 anos. Milhares de pessoas realizaram protestos em 26 cidades, demonstrando suporte ao único (e verdadeiro) oponente de Putin, o ativista Alexei Navalny, que está preso temporariamente – exatamente por ter encabeçado “encontros públicos não autorizados”.

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A polícia da Rússia reagiu aos atos, prendendo ao menos 290 manifestantes nas 26 cidades. Muitos já foram liberados neste domingo (8). A organização de protestos é bastante complicada no país, onde as leis se tornaram bastantes restritas nos últimos anos – especialmente desde que o atual governo de Putin teve início, em 2012.

O opositor do mandatário russo, Alexei Navalny, de 41 anos, afirma que pretende concorrer à presidência nas próximas eleições, em março do ano que vem, mesmo tendo recebido muitos conselhos para não tentar o cargo – e, inclusive, estar supostamente proibido. Ele já foi preso por três vezes somente em 2017. E ele já conta com uma multidão de apoiantes, grande parte por causa de sua campanha anticorrupção, que prosperou online. Assim, o ativista está executando uma campanha eleitoral não oficial em todo o país.

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Putin deve concorrer mais uma vez à presidência, sendo que está servindo como presidente ou primeiro-ministro do país desde 1999.  

“Não temos liberdade de fala”

Nos atos de ontem, manifestantes pediram para que Putin desista do cargo e que liberte Navalny da cadeia. “Não estou satisfeita com a situação atual do país. Não estou feliz com as autoridades. Nós praticamente não temos liberdade de fala. Temos censura na televisão, e o único opositor ao presidente não é permitido de tentar concorrer nas eleições”, disse uma mulher durante os protestos em São Petersburgo à CNN .

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Outro manifestante também comentou a possibilidade de Navalny concorrer. Para ele, é bastante improvável. “Mas há uma chance de tudo mudar na vida política da Rússia”, acrescentou. Dezenas de pessoas detidas por causa dos protestos já foram liberadas. A cidade de São Petersburgo foi onde tiveram mais detidos, um total de 68.