As ruas da Rússia foram tomadas por manifestantes contrários ao governo do presidente Vladimir Putin durante o sábado (7), data em que o mandatário comemorou 65 anos. Milhares de pessoas realizaram protestos em 26 cidades, demonstrando suporte ao único (e verdadeiro) oponente de Putin, o ativista Alexei Navalny, que está preso temporariamente – exatamente por ter encabeçado “encontros públicos não autorizados”.
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A polícia da Rússia reagiu aos atos, prendendo ao menos 290 manifestantes nas 26 cidades. Muitos já foram liberados neste domingo (8). A organização de protestos é bastante complicada no país, onde as leis se tornaram bastantes restritas nos últimos anos – especialmente desde que o atual governo de Putin teve início, em 2012.
Pics from the unsanctioned opposition rallies across Russia, held on Putin's birthday yesterday: https://t.co/qdWtvl7cBF pic.twitter.com/UOG7qWxnfk
— RFE/RL (@RFERL) 8 de outubro de 2017
O opositor do mandatário russo, Alexei Navalny, de 41 anos, afirma que pretende concorrer à presidência nas próximas eleições, em março do ano que vem, mesmo tendo recebido muitos conselhos para não tentar o cargo – e, inclusive, estar supostamente proibido. Ele já foi preso por três vezes somente em 2017. E ele já conta com uma multidão de apoiantes, grande parte por causa de sua campanha anticorrupção, que prosperou online. Assim, o ativista está executando uma campanha eleitoral não oficial em todo o país.
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Putin deve concorrer mais uma vez à presidência, sendo que está servindo como presidente ou primeiro-ministro do país desde 1999.
“Não temos liberdade de fala”
Nos atos de ontem, manifestantes pediram para que Putin desista do cargo e que liberte Navalny da cadeia. “Não estou satisfeita com a situação atual do país. Não estou feliz com as autoridades. Nós praticamente não temos liberdade de fala. Temos censura na televisão, e o único opositor ao presidente não é permitido de tentar concorrer nas eleições”, disse uma mulher durante os protestos em São Petersburgo à CNN .
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Outro manifestante também comentou a possibilidade de Navalny concorrer. Para ele, é bastante improvável. “Mas há uma chance de tudo mudar na vida política da Rússia”, acrescentou. Dezenas de pessoas detidas por causa dos protestos já foram liberadas. A cidade de São Petersburgo foi onde tiveram mais detidos, um total de 68.