As ruas de Madri e Barcelona, na Espanha, foram palco de manifestações para pedir união e diálogo entre líderes do governo central e da região da Catalunha, que pretende declarar independência de forma unilateral nos próximos dias. Vestidos de branco e sem bandeiras do país ou da região, os manifestantes utilizaram o lema "podemos conversar?" para direcionar uma mensagem aos líderes dos dois governos, segundo o jornal britânico The Guardian .
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Organizado pelo movimento Hablemos/Parlem, que pede diálogo entre espanhóis e catalãos, o ato foi realizado em dois locais. Um deles, em frente à prefeitura de Madri, reuniu milhares de pessoas. Outro foi realizado na praça Sant Jaume, em Barcelona, próximo à sede da Generalitat, o governo da Catalunha, e reuniu centenas de manifestantes. Um protesto se posicionou contra o diálogo da Espanha com os catalãos.
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Realizado na praça Colón, em Madri, a manifestação utilizava frases como "Catalunha é Espanha. Não nos enganam" e "Com golpistas não se dialoga". Organizada pela Fundação Denaes, a manifestação também trazia bandeiras do país. Ainda de acordo com o Guardian , o presidente da Catalunha, Carles Puigdemont, pode considerar um "cessar-fogo" na disputa pela independência da região.
Puigdemont, que havia anunciado a declaração de independência para a segunda-feira (9), adiou a sessão em um dia. A decisão teria sido parte de uma estratégia para ganhar tempo e diminuir a tensão com o governo central. Na quinta-feira (5), o Tribunal Constitucional da Espanha já havia suspendido a sessão do Parlamento catalão, atendendo a um pedido do Partido dos Socialistas da Catalunha, que considerou a declaração de independência uma agressão à Constituição.
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Caso a Catalunha declare sua independência de forma unilateral, o governo da Espanha pode suspender sua condição de região autônoma e impor uma uma intervenção direta de Madri. Nos últimos dias, em meio à tensão envolvendo as duas regiões, grandes empresas, como os bancos Sabadell e CaixaBank, revelaram seus planos de retirar suas sedes da Catalunha por conta do risco da região se tornar independente.