Odebrecht teria pago US$ 788 milhões em subornos em 12 países da América Latina e da África.
Divulgação/Odebrecht
Odebrecht teria pago US$ 788 milhões em subornos em 12 países da América Latina e da África.

O vice-presidente do Equador, Jorde Glas, investigado em um escândalo de subornos pagos pela construtora brasileira Odebrecht, teve um pedido de prisão preventiva feito pela procuradoria do país, nesta segunda-feira (2). O pedido, realizado pelo procurador-geral do Equador, Carlos Baca, precisa agora ser aprovado pelo juiz da Corte Nacional de Justiça (CNJ), Miguel Jurado. A decisão deve ser pronunciada ainda hoje.

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Durante audiência em Quito, o procurador solicitou a prisão de Glas "em vista dos novos elementos de convicção na investigação por associação ilícita" com a Odebrecht . Glas foi afastado de suas funções pelo presidente Lenín Moreno, em meio à profunda divisão entre os governistas e, desde agosto, está impedido de deixar o país.

O vice-presidente é acusado de ter recebido US$16 milhões em propina do ex-diretor da empreiteira brasileira no Equador José Conceição Filho em troca de contratos de obras com o governo equatoriano. Glas é o funcionário público do Equador do mais alto escalão sob investigação judicial.

Além dele, o ex-controlador Carlos Pólit, dois ministros e vários altos funcionários públicos do governo do ex-presidente Rafael Correa (2007-2017) são investigados. Jorde Glas ocupou o cargo de vice-presidente entre 2013 e 2017, durante a administração de Correa, tendo ainda comandado dois ministérios no mesmo governo.

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Vice-presidente pediu instigação

No final de junho deste ano, o próprio vice-presidente do Equador, Jorge Glas, pediu uma investigação sobre a presença histórica da empreiteira no país e os supostos subornos da empresa, que ele acusou de ser "uma máfia organizada". Em discurso perante a Comissão de Controle na Assembleia Nacional, Glas pediu que "se examine tudo e a todos, não só agora".

"A fé pública demanda que se examine 40 anos atrás. De onde surgiram fortunas de determinados atores, e alguns deles, inclusive agora são atores políticos", disse o vice-presidente, na época.

Glas acrescentou que "se fala de quase US$ 800 milhões em pagamentos corruptos por parte da máfia” da empresa . Ao apresentar uma lista de projetos nos quais a Odebrecht participou no Equador, lembrou que esta não chegou ao país no governo de Rafael Correa, que liderava o projeto chamado "Revolução Cidadã", mas em 1987, razão pela qual insistiu que "tudo tem que ser investigado".

* Com informações da Ansa

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