Em um cenário de crise migratória na Europa – a maior já vivida no continente desde o fim da Segunda Guerra Mundial –, um navio contra imigrantes financiado por grupos de extrema-direita está causando polêmica no Mar Mediterrâneo.
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Isso porque, assim como já havia ocorrido no Chipre e na Sicília, na Itália, em que a embarcação C-Star buscou impedir a passagem de imigrantes pelas rotas marítimas da Europa, o navio anti-imigrantes foi bloqueado na Tunísia, nesta segunda-feira (7).
Para impedir que a embarcação seguisse viagem, um grupo de pescadores da costa tunisiana se organizaram em diversos barcos, próximos ao porto de Zarzis, bloqueando a passagem do navio para que ele não entrasse no porto.
"Não queremos o barco fascista na Tunísia
. Há 10 ou 15 anos, nós salvamos migrantes que naufragam e não queremos que um barco que deseja que eles se afoguem e que use lemas fascistas entrem em nossos portos", disse o líder da associação dos pescadores, Shamseddin Bourasin, ao jornal espanhol El País
.
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Ao jornal britânico The Independent , um representante oficial do porto tunisiano de Zarzis afirmou que apoia a decisão dos pescadores e que "nunca" deixará "racistas entrarem" ali.
Como trabalha o barco anti-imigrantes
O polêmico barco notifica embarcações ilegais que saem da Líbia em direção às ilhas italianas e ordena que os passageiros dos barcos voltem para o porto de onde vieram.
Oficialmente, quem mantém o barco é o grupo francês Geração Identitária, mas eles contam com financiamentos de simpatizantes de várias nações europeias.
Por sua vez, entidades internacionais afirmam que a atuação do Geração Identitária em águas de outros países é ilegal.
Com mensagens em seu casco de "parem com o tráfico de pessoas" e "vocês não farão da Europa a sua casa", os militantes dizem querer alertar a União Europeia sobre o "excesso de imigrantes".
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* Com informações da Agência Ansa.