O presidente dos Estados Unidos Donald Trump anunciou nesta quarta-feira (26) que planeja reinstalar o banimento às pessoas transgênero de servir “em qualquer cargo” nas Forças Armadas do país.
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A decisão de Donald Trump
volta atrás em relação à política aprovada pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos durante a gestão do ex-presidente Barack Obama, que ainda estava em fase final de revisão. Com a iniciativa democrata, pessoas transgênero poderiam servir ao serviço militar do país.
Sobre o tema, o ministro da Defesa James Mattis afirmou no mês passado que estava adiando a promulgação do plano para começar a permitir que estes indivíduos se juntassem ao exército dos EUA.
“Depois de uma consulta com os Generais e os especialistas militares, por favor estejam avisados de que o governo dos Estados Unidos não irá aceitar ou permitir que indivíduos transgênero sirvam as Forças Armadas do país em qualquer competência”, escreveu o presidente em sua conta do Twitter na manhã de hoje.
“Nossos militares devem estar focados na vitória decisiva e esmagadora, e não podem ser sobrecarregados com os tremendos custos e perturbações médicas que os transexuais podem gerar”, afirmou.
Decisão anterior
O secretário de Defesa da gestão de Obama, Ash Carter, havia encerrado a proibição das pessoas transgênero no serviço militar em 2016, mas permitiu que as novas regras fossem revisadas por um ano, e que o Pentágono determinasse como os novos recrutas trans seriam aceitos.
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No final deste um ano, foi quando Mattis anunciou que precisava de mais tempo e, por isso, estaria adiando a promulgação. “Desde que me tornei secretário de Defesa, tenho enfatizado que o Departamento de Defesa deve medir cada decisão política se baseando em um padrão: ‘a decisão afetará a prontidão e a letalidade da força?”, disse.
“Colocando de outra forma, [deve-se perguntar]: como as decisões irão afetar a habilidade dos militares americanos em defender a nação? É por este modelo que forneço as orientações sobre o caminho a seguir no acesso de indivíduos transgêneros aos serviços militares”, completou Mattis.
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Um estudo calcula que o número de trans no serviço militar norte-americano é de 1,3 a 6,6 mil pessoas. A cirurgia de mudança de sexo é rara entre a população geral do país. Em relação ao número de militares que passam por tratamento hormonal, um estudo estima que existam entre 30 e 40 pessoa, com 25 a 130 tendo passado pelo procedimento cirúrgico quando ainda membros militares.
A decisão de Donald Trump é um marco no retrocesso dos direitos dos LGBTs no país, que já expressam preocupações em torno da administração do republicano, vista como um empecilho ao progresso das conquistas dos grupos minoritários. A administração de Barack Obama, por sua vez, foi encarada com muitas críticas da população conservadora, quando anunciou, no ano passado, que acabaria com a proibição de pessoas transgênero nas Forças Armadas.