Deputados da Venezuela ficaram feridos após confrontos com militantes armados de barras de ferro e madeira
Reprodução/Twitter/Assembleia Nacional
Deputados da Venezuela ficaram feridos após confrontos com militantes armados de barras de ferro e madeira

Quatro deputados ficaram feridos durante um ataque de militantes defensores do governo de Nicolás Maduro, que invadiram o prédio da Assembleia Nacional com pedaços de madeira e barras de ferro nas mãos. Nesta quarta-feira (5), a Venezuela celebra o Dia da Independência e, por isso, estava acontecendo uma sessão especial no momento do incidente.

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O ataque de hoje aconteceu à vista dos guardas nacionais designados para proteger o Poder Legislativo, que é controlado pela oposição de Maduro, e em meio a uma crise gravíssima na Venezuela . Além dos políticos, jornalistas acabaram feridos no incidente, de acordo com fontes de informações locais.

Um dos deputados feridos, Americo de Grazia, teve de ser levado de maca por uma ambulância, já que sofreu convulsões, segundo informou um dos congressistas ao portal britânico “The Guardian”.  

“Isso não dói tanto quanto assistir como, diariamente, estamos perdendo um pouco mais de nosso país”, afirmou Armando Arias, outro parlamentar ferido, enquanto estava na ambulância do lado de fora do prédio, sendo tratado por ferimentos na cabeça, com respingos de sangue na roupa.

Os confrontos entre defensores e opositores ao governo acontecem praticamente todos os dias há três meses, muitas vezes com o uso de forte violência pelos oficiais da força de segurança. Inclusive, o país soma mais de 75 mortes somente neste ano de 2017.

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A oposição acusa o governo de tentar estabelecer uma ditadura ao prender inimigos, afastar o poder legislativo e ao tentar reescrever a Constituição, para evitar que ocorram eleições diretas.

Presença de vice-presidente

A tensão já estava alta por causa da sessão especial realizada pela oposição no feriado nacional, esquentando ainda mais depois que o vice-presidente Tarek Al Aissami fez uma visita surpresa ao Palácio Legislativo na manhã desta quarta, acompanhado por representantes superiores do governo, como o ministro da Defesa e chefe da Força Armada, Vladimir Padrino López, além de oficiais militares.

Segurando a declaração de independência da Venezuela da Espanha, o vice-presidente afirmou que “forças globais estavam, novamente, tentando subjugar o país”. “Nós ainda não terminamos de quebrar as correntes do Império”, afirmou Aissami, ainda acrescentando que os planos do presidente chavista de reescrever o texto constitucional (o que os opositores veem como golpe) oferecem à nação uma chance melhor de ser verdadeiramente independente.

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Depois que o vice-presidente deixou o prédio, dezenas de apoiadores do governo começaram uma confusão do lado de fora e acabaram invadindo o local.

Apesar da violência, os deputados aprovaram o plano da oposição de realizar um referendo simbólico no dia 16 de julho, que dá a chance aos eleitores de rejeitar os planos de Maduro de elaborar uma nova Carta na Venezuela. O presidente se pronunciou sobre o incidente desta quarta, afirmando que irá abrir uma investigação sobre os envolvidos com o ato violento.

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