Papa Francisco critica extremismo religioso em cerimônia no Egito

Líder da Igreja Católica esteve no país para discutir a questão do terrorismo

Em cerimônia realizada no Egito neste sábado (29), papa Francisco criticou grupos terroristas que usam a fé como justificativa para cometer atentados. “O único extremismo admitido por Deus é aquele da caridade”, afirmou o pontífice a cerca de 30 mil pessoas.

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Mesmo sob risco de ataques terroristas, papa Francisco não abriu mão do contato direto com os fieis na viagem ao Egito
Foto: L'Osservatore Romano 29.04.2017
Mesmo sob risco de ataques terroristas, papa Francisco não abriu mão do contato direto com os fieis na viagem ao Egito

A missa ocorreu no estádio da Aeronáutica no Cairo sob forte esquema de segurança para que qualquer ataque terrorista pudesse ser evitado. “Qualquer outro extremismo não vem de Deus e não agrada ao Senhor”, disse ainda papa Francisco .

Desde esta sexta-feira (28) no Egito, o líder da Igreja Católica foi ouvido por católicos e cristão coptas. A celebração desta manhã ocorreu 20 dias após dois ataques contra igrejas contas no norte do país . Na ação, 46 pessoas foram mortas.

Francisco volta ainda neste sábado para o Vaticano. Antes disso, entretanto, ele se reuniu com 15 bispos coptas e católicos. O último compromisso oficial no país será um encontro de orações com o clero, religiosos e seminaristas.

Verdadeira fé

Apesar dos riscos em relação a ataques extremistas, Francisco decidiu ir ao Egito para falar, além de outros líderes, com 200 mil católicos de um país onde quase 90 milhões de seus habitantes são muçulmanos. Em sua homilia, o argentino destacou que “a verdadeira fé é aquela que torna os cristãos mais caridosos, misericordiosos, honestos e humanos".

"É aquela que nos leva a amar todos gratuitamente, sem distinção e sem preferências, que nos leva a ver no outro não um inimigo a ser combatido, mas um irmão a ser amado, a ser servido e a ajudar.”

Visita

Na sexta-feira, Francisco se reuniu com diversas lideranças muçulmanas e coptas. Um dos principais objetivos era discutir o problema do terrorismo religioso, algo que foi condenado pelo líder católico. O papa também participou de uma conferência internacional da paz.

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Sabendo dos riscos que poderia correr indo ao país, ele pediu que fieis orassem por sua viagem. “Irei ao Egito como peregrino de paz”, escreveu papa Francisco sua conta no Instagram na quinta-feira (27).