O Ministério Público da Venezuela confirmou nesta quinta-feira (20) que, durante os protestos registrados na quarta-feira (19) na área Metropolitana de Caracas e em 14 estados do país, morreram três pessoas, 62 ficaram feridas e 312 foram detidas. As informações são da Agência EFE.
Por meio de um comunicado, a procuradoria da Venezuela lamentou a morte de Andreina Ramírez Gómez, de 23 anos, que morreu ao receber um tiro quando transitava por um local próximo a uma concentração opositora no estado de Táchira, e a do adolescente Carlos José Moreno, de 17 anos, que recebeu um tiro na cabeça quando passava por uma das manifestações em Caracas.
A nota também lamentou a morte do segundo sargento da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) Niumar José San Clemente Barrios, atingido por um franco-atirador no município de Los Salias, uma cidade-satélite da capital venezuelana, segundo o defensor público Tarek William Saab.
De acordo com a procuradoria, os 312 detidos serão apresentados perante os tribunais de sua jurisdição durante as próximas horas.
Leia também: Maduro leva pedradas durante desfile militar e clima no país fica mais tenso
Dezenas de milhares de pessoas protestaram contra e a favor do governo, por ocasião do feriado no país pela comemoração dos 207 anos de um evento popular, considerado como o primeiro passo para a independência da Venezuela da Espanha.
Tensão
A manifestação de quarta-feira (19) foi apelidada de “mãe de todas as marchas contra o governo”. O país vive um período de tensão política, com protestos de oposição estourando por todo o território e a forte repressão da polícia a mando de Nicolás Maduro.
O temor de derramamento de sangue no país foi alimentado ainda mais depois que o presidente Nicolás Maduro colocou tropas nas ruas, forneceu armas às milícias e conclamou uma manifestação simultânea de seus partidários contra o que ele disse ser um golpe apoiado pelos Estados Unidos.
No entanto, o número de manifestantes contra o governo foi superior, reunindo uma grande multidão no distrito de Baruta para expressar a raiva e frustração pela crise econômica que tem assolado o país nos últimos anos.
Leia também: Crise se aprofunda após Maduro declarar estado de emergência
Muitos culpam o atual presidente da Venezuela pela alta inflação e pela escassez crônica de alimentos, remédios e outros bens básicos. O canto “Esta es la ruta para salir del hijueputa ” ( “Este é o caminho para derrubar o filho da puta”) ecoou várias vezes ao redor do centro da cidade.
* Com informações da Agência Brasil