Estados Unidos gravaram conversas sírias antes de ataque químico no país

Interceptações eram parte de um vasto material da Inteligência que foi analisado horas após ataque para descobrir de quem era a responsabilidade

Criança recebe tratamento em um hospital em Idlib, no norte da Síria, após suposto ataque com armas químicas
Foto: Arquivo/Idlib Media Center
Criança recebe tratamento em um hospital em Idlib, no norte da Síria, após suposto ataque com armas químicas

Os serviços militares e de Inteligência dos Estados Unidos interceptaram comunicações entre militares sírios e especialistas na preparação para o ataque com armas químicas realizado no dia 4 de abril na província de Idlib, na Síria, informou uma fonte oficial à emissora norte-americana "CNN".

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As interceptações eram parte de um vasto material da Inteligência que foi analisado nas horas após a notícia do ataque para descobrir de quem seria a responsabilidade. A mesma fonte contou à emissora que os EUA não sabiam das informações antes do ato ser realizado. Os EUA fazem grandes interceptações e recolhem muito material de áreas interceptadas na Síria e no Iraque, mas esses áudios, normalmente, não são analisados.

A pesquisa só é realizada em casos "particulares", segundo a fonte, como em eventos importantes como ataques aéreos de rebeldes ou de forças pró-governo.

Segundo a "CNN", até o momento, não há nenhuma informação que mostre que as forças russas sabiam do ataque ou tenham se comunicado com os grupos que lutam ao lado de Bashar al-Assad antes do ataque químico. De acordo com a fonte, é provável que os russos estejam "mais atentos" para evitar grampos nas suas comunicações.

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No entanto, a Rússia sempre negou que o ataque químico foi feito por forças aliadas a Assad e acusou os grupos rebeldes de realizar a ação que matou mais de 80 pessoas – incluindo muitas mulheres e crianças.

O ataque

Ao menos 80 pessoas morreram e cerca de 160 ficaram feridas no último dia 4 de abril após bombardeio na província de Idlib com material que acredita-se ser o gás sarin, substância tóxica proibida em tratados internacionais.

As explosões ocorreram na cidade de Khan Shaykun próximo à fronteira com a Turquia. De acordo com a ONG Observatório Sírio para os Direitos Humanos, ao menos 11 crianças estão entre os 80 mortos no ataque.

O conflito armado na Síria foi iniciado em 2011 e, desde então, mais de 470 mil pessoas morreram, de acordo com estimativas do Centro Sírio para Pesquisas Políticas. Segundo a ONU, a guerra também levou cerca de 10 milhões de sírios a cruzarem a fronteira do país em busca de paz.

* Com informações da Ansa