O Reino Unido entregou na manhã desta quarta-feira (29) a carta em que notifica a União Europeia sobre o acionamento do artigo 50 do Tratado de Lisboa, iniciando, portanto, o processo de saída do país do bloco, o chamado Brexit. A entrega da carta aconteceu às 13h30 no horário local (8h30, no horário de Brasília).
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O processo do Brexit só terminará depois de pelo menos dois anos de negociação do Reino Unido com os outros 27 integrantes da União Europeia. O processo encerra 40 anos de união e representa um difícil divórcio, visto que esse é o primeiro país que pede para deixar o grupo.
A carta, que contém oito páginas, foi assinada e lida no parlamento britânico pela primeira-ministra britânica Theresa May. Ela foi entregue pelo embaixador britânico na União Europeia, Tim Barrow, ao presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk.
"Agora é o momento de nos reunirmos para estar juntos em toda essa Casa e em todo o país, para garantirmos que iremos trabalhamos para o melhor acordo possível para o Reino Unido e o melhor futuro possível para todos nós", disse May no Parlamento de Londres.
Afastamento do Reino Unido
O Reino Unido surpreendeu o mundo ao decidir, em um plebiscito realizado no dia 23 de junho de 2016, sair da União Europeia.
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O resultado do plebiscito revelou uma profunda divisão no país. O Brexit (palavra criada pela fusão de "Britain" e "exit", ou saída da Grã-Bretanha) recebeu 51,9% dos votos contra 48,1% pela permanência na UE. O interior da Inglaterra e o País de Gales apoiaram majoritariamente a saída da UE, enquanto Londres, Escócia e Irlanda do Norte optaram pela permanência.
No segundo semestre de 2016, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, afirmou que considera a decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia "irrevogável", mesmo que lamente o fato.
"Agora nós temos que negociar a base de nossos interesses. E 'negociar', acima de tudo, significa o fortalecimento dos interesses em comum", assegurou a chanceler. Merkel ainda disse que o afastamento é um teste para a União Europeia e que a aliança oferece a seus membros "uma voz forte no mundo", algo que os países individualmente não teriam.
Michael Roth, ministro do governo britânico responsável pelas relações diplomáticas com a UE, assegurou que as relações diplomáticas com o bloco requer o estudo de soluções, mas frisou que o Reino Unido não poderá escolher, minuciosamente, seus termos do acordo.
Em entrevista à Bloomberg , em outubro, Roth disse que o afastamento "é uma situação histórica e única". "Iremos encontrar um acordo que beneficie a União Europeia e o Reino Unido", disse o ministro britânico.
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A expectativa é que o Brexit liderado por Theresa May ocorra ao longo de dois anos, mas esse período pode ser ampliado, caso necessário.
* Com informações da Agência Ansa.