A União Europeia reivindicou nesta segunda-feira (27) a libertação "sem demora" dos manifestantes que foram detidos em um protesto anticorrupção ocorrido no último fim de semana, na Rússia. O ato, considerado pacífico, levou à prisão de cerca de 500 pessoas.
Considerado um dos principais líderes da oposição na Rússia , o ativista Alexei Navalny está entre os detidos . A maioria deles foram indiciados por violação da legislação que regulamenta a prática de protestos no país. A condenação para esse crime pode ser revertida em uma multa, trabalhos obrigatórios ou até mesmo anos de prisão.
"Fazemos um apelo às autoridades russas para que cumpram seus compromissos internacionais, inclusive os do Conselho da Europa e da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (Osce) fazer valer esses valores e libertar sem demora os manifestantes pacíficos detidos", afirmou em comunicado a chefe da diplomacia comunitária, Federica Mogherini.
A UE criticou o fato de que a polícia russa, "em uma tentativa de dispersar os manifestantes e com a detenção de centenas de cidadãos, incluído o líder opositor, tenha impedido o exercício da liberdade básica de expressão, associação e assembleia pacífica, que são direitos fundamentais da Constituição russa".
Leia também: Turista argentino morre após ser espancado em briga em Ipanema, no Rio
"Obrigado pelo seu apoio, eu estou bem, fui levado a uma delegacia e estou conversando com os agentes sobre meu filme sobre [o primeiro-ministro] Medvedev. Mas a ordem do dia é o protesto contra a corrupção, não minha prisão. Continuem manifestando de modo pacífico", afirmou Navalny no Twitter.
Protestos contra a corrupção
Cerca de 8 mil russos participaram nesse domingo (26) da jornada nacional de protesto contra a corrupção convocada por Navalny, candidato à Presidência, com comícios e manifestações em todo o país, que terminaram em Moscou com centenas de detidos.
Na última sexta (24), autoridades de Moscou haviam recomendado que Navalny alterasse o local do protesto, oferta que ele rejeitou.
Leia também: Ministra do Interior pede acesso a dados do Whatsapp para combater terrorismo
Após isso, a diretoria do Ministério do Interior da Rússia chegou a divulgar um comunicado pedindo aos cidadãos para não participarem do ato. Segundo os diretores, os organizadores do protesto estavam previamente alertados sobre a possibilidade de eles serem responsabilizados por qualquer ameaça à segurança dos envolvidos.
* Com informações da Agência Brasil.