Fossa com restos mortais de 800 bebês é achada em orfanato católico na Irlanda

Local foi encontrado por investigação; segundo os testes de DNA feitos sobre os restos mortais, crianças enterradas tinham menos de 3 anos de idade

O orfanato 'Bon Secours Mother and Baby Home' funcionou entre os anos de 1925 e 1961, na Irlanda
Foto: Reprodução/Daily Mail
O orfanato 'Bon Secours Mother and Baby Home' funcionou entre os anos de 1925 e 1961, na Irlanda

Um grupo de especialistas descobriu restos mortais de bebês e crianças enterrados em uma fossa comum em um antigo orfanato católico na Irlanda. A descoberta, que foi divulgada nesta sexta-feira (3), acontece em meio a investigações sobre 800 crianças que morreram na instituição.

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Localizado na cidade de Tuam, no condado de Galway, o orfanato "Bon Secours Mother and Baby Home” funcionou entre os anos de 1925 e 1961 como um lar para crianças e mães solteiras jovens da Irlanda .

Testes de DNA apontaram que as crianças enterradas na fossa tinham idade entre 35 semanas e 3 anos.

A investigação foi feita por uma comissão, instituída pelo governo local para apurar a atuação de centros religiosos no auxílio a jovens grávidas, após uma denúncia da historiadora Catherine Corless, que descobrira a certidão de óbito de 800 crianças residentes na instituição, mas nunca os registros de enterro delas.

Foto: Reprodução/Daily Mail
Testes de DNA apontaram que as crianças enterradas nas 20 câmaras da fossa tinham idade entre 35 semanas e 3 anos


A comissão afirma que as mulheres e jovens que viveram nas casas católicas e conventos sofreram fome, miséria e tratamentos violentos, o que levou à morte de várias meninas e de seus bebês.

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Muitas jovens trabalhavam gratuitamente em troca do auxílio das freiras na gravidez e no parto.  Após os bebês nascerem, eles eram colocados em uma ala separada da de suas mães e entregues para adoção.

Philomena Lee

Lançado em 2013, o filme Philomena  narra um episódio inspirado em fatos reais ocorridos na Irlanda em 1952, com uma mulher que engravidou na adolescência, foi mandada para o convento Roscrea e teve seu filho vendido pelas freiras católicas.

Em 2014, a mulher que inspirou o filme, Philomena Lee, nascida na Irlanda, reuniu-se com o papa Francisco, no Vaticano. Atualmente, ela está à frente do "Philomena Project", que tenta ajudar outras mães a encontrarem seus filhos e luta para que o governo irlandês promulgue uma lei que permita consultas a registros de crianças adotadas.

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* Com informações da Agência Ansa.