"Tetazo": argentinas protestam pela soberania do corpo e direito ao topless

Manifestação foi organizada depois que policial proibiu que três mulheres continuassem a fazer topless na praia de Necochea, ao sul de Buenos Aires

'Tetazo' aconteceu em quatro cidades do país, reunindo centenas de argentinas com os seios de fora ou só de sutiã
Foto: Reprodução/Twitter
'Tetazo' aconteceu em quatro cidades do país, reunindo centenas de argentinas com os seios de fora ou só de sutiã

Centenas de mulheres se reuniram nesta terça-feira (7) no Obelisco de Buenos Aires, na Argentina, para protestar pela liberdade das mulheres para fazer topless e manter os seios descobertos em praias do país.

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O “tetazo”, como foi chamada a manifestação a favor da “soberania dos corpos”, reuniu centenas de argentinas com os seios  à mostra ou usando sutiã em Buenos Aires. O protesto também aconteceu em outras cidades do país, como Rosario, Mar del Plata e Córdoba.

Ativistas feministas organizaram o encontro depois que uma patrulha policial proibiu que três mulheres exibissem seus peitos e continuassem a fazer topless na praia de Necochea, a aproximadamente 500 quilômetro de Buenos Aires.

A ação policial dividiu opiniões do público da praia. Enquanto alguns banhistas criticavam a abordagem das autoridades, outros concordavam com a proibição e hostilizavam as mulheres que não usavam a parte de cima da roupa de banho.

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Levado à justiça, o caso foi arquivado pelo juiz Mario Juliano por “falta de relevância”. Entretanto, mais tarde, o magistrado publicou nos jornais um texto em primeira pessoa defendendo as mulheres. "A defesa irrestrita das liberdades me leva a tomar uma posição a favor das mulheres que decidiram descobrir seus seios", escreveu.

O “tetazo” não recebeu o mesmo apoio. No meio da manifestação, mulheres precisaram gritar palavras de ordem contra homens que compareceram ao evento não pela causa, mas sim para ver o peito nu das manifestantes.

"É muito grave que nós convoquemos um 'tetazo' e que os primeiros a chegar são homens, não para apoiar a causa, mas sim para nos olhar. Isso diz muito da nossa sociedade", disse Grace Brounosti Piquet, uma das manifestantes no ato, ao jornal argentino "La Nación".

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A atriz e ativista Mariana Pizarro teve sua conta do Facebook bloqueada logo depois de publicar uma foto apoiando o movimento no pedaço argentino das Cataratas do Iguaçu. Na imagem, ela aparecia com os braços para o alto e os seios à mostra.

“Trata-se de um verdadeiro ato de censura. Eu utilizo esse sistema para fins profissionais. Eu fiz o 'topless' em Iguaçu em solidariedade às meninas de Necochea, como aconteceu em toda a Argentina", afirmou sobre a foto em que expunha os seios.


*Com informações de Ansa Brasil