A líder do partido de extrema-direita Frente Nacional, Marine Le Pen, garantiu que, se vencer as eleições presidenciais de 2017, retirará a França da União Europeia (UE) e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). No sábado (4), ela lançou sua candidatura assumindo 144 compromissos nacionalistas baseados no conceito "made in France", que deverá estar presente em discursos nos próximos meses.
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"Se eu for eleita, convocarei em até seis meses um referendo sobre o Frexit", disse, referindo-se ao "Brexit", termo usado para a saída do Reino Unido da bloco econômico europeu. Le Pen destacou a intenção de abandonar o euro e estabelecer novamente o franco como a moeda nacional. "A União Europeia é uma falência", criticou, em evento ocorrido em Lyon. A candidata também prometeu deixar a OTAN para se dedicar a um sistema francês de defesa, caso seja eleita. "Em cinco anos, colocarei a França em ordem", disse.
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Frequentemente comparada ao presidente norte-americano Donald Trump nos posicionamentos políticos, a candidata saudou o Brexit e a eleição de Donald Trump. Segundo ela, "o mundo está tomando consciência" dos valores que ela advoga há anos. Durante a conferência da Frente Nacional, Le Pen afirmou que defende "um país com suas próprias fronteiras para guardar, sua própria moeda para gastar, sua própria defesa e identidade inalterada por imigrantes, refugiados e globalização".
Segundo ela, as fronteiras abertas são um problema, já que os imigrantes estariam tomando os postos de trabalho de franceses e aumentndo o risco de terrorismo e a criminalidade no país. "A sobrevivência da França está em jogo. É a primeira vez que estamos tão próximos do objetivo", disse o líder do partido, Jean-Lin Lacapelle, na abertura da conferência, citando pesquisas que apontam Le Pen em primeiro lugar na preferência de eleitores.
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Filha do fundador da Frente Nacional, Jean-Marie Le Pen, a candidata à presidência da França tem 48 anos e lidera as pesquisas de intenção de voto no primeiro turno, mas perde em um possível segundo turno contra o ex-primeiro-ministro, François Fillon, e o ex-ministro da Economia, Emmanuel Macron. A votação em primeiro turno da eleição presidencial está agendada para 23 de abril e, em provável caso de segundo turno, 7 de maio.
* Com informações da Agência Brasil.