Adolescente de 15 anos foi detido por forças de segurança no momento em que levava explosivos sob sua camisa na cidade iraquiana curda de Kirkuk

Um jovem de 15 anos afirmou ter sido "sequestrado, sedado e forçado" a se explodir em um suposto ataque planejado pelo grupo jihadista Estado Islâmico no último domingo (21). O garoto foi detido pelas forças de segurança na cidade iraquiana de Kirkuk, a 270 quilômetros da capital Bagdá, carregando um colete com dois quilos de explosivos antes da ação ocorrer.
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O adolescente, que vestia uma camisa de futebol do ídolo argentino Lionel Messi, não teve a identidade divulgada e chorava muito quando foi parado pelos soldados. Autoridades locais dizem que, uma hora antes, ele havia perdido o irmão em uma ação semelhante contra o Estado Islâmico em uma mesquita, que deixou ao menos duas pessoas feridas.
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Ainda de acordo com as autoridades iraquianas, os dois irmãos foram "treinados" e forçados pelo próprio pai a se juntar ao grupo terrorista. Os jovens são originários de Mossul, reduto do EI no norte do Iraque.

Origens do terror
Ao contrário de outros grupos rebeldes da região, o EI trabalha para a implantação de um emirado islâmico que abranja os territórios da Síria e do Iraque. Em maio de 2015, o grupo jihadista dominou mais da metade do território sírio após ocupar a cidade de Palmira, onde massacrou uma tribo rebelde sem enfrentar qualquer resistência.
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Nas áreas sob seu controle, o grupo também ganhou a reputação de brutalidade . E, quando ocupou Mosul, segunda maior cidade iraquiana, em 2014, se viu conseguindo repercussão internacional ao matar mais de 600 prisioneiros xiitas.
Desde então, o grupo vem recrutando seguidores e promovendo o terror ao redor do mundo. Em 2015, dois ataques na França foram reivindicados pelo grupo jihadista. Em 2016, um homem que matou 84 pessoas atropeladas em Nice teria se inspirado no grupo. O atentado à boate gay Pulse em Orlando , que deixou 50 mortos em junho deste ano, também foi reivindicado pelo EI.
Nos últimos meses, no entanto, o Estado Islâmico vem perdendo amplas áreas nos territórios sírio e iraquiano, o que, para especialistas, como o diretor do FBI, James Comey, eleva o risco de ataques terroristas no exterior , especialmente na Europa e nos EUA.
*Com informações da agência de notícias Ansa