Conflitos deixaram ainda quatro policiais feridos; um fotógrafo e dois jornalistas alemães foram presos e liberados em seguida
Outra rodada de confrontos eclodiu entre a polícia e manifestantes na cidade de Missouri, onde as tensões raciais têm transbordado desde que policial matou um jovem negro desarmado de 18 anos.
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Manifestantes lotaram as ruas de Ferguson após o anoitecer de segunda-feira (18) e policiais tentaram impor restrições mais severas à multidão, usando megafones para ordenar a dispersão. A polícia lançou gás lacrimogêneo e bomba de efeito moral para conter os ativistas.
Em contrapartida, multidão atirou coquetéis molotov e garrafas, deixando alguns policiais sob fogo de artilharia pesada, de acordo com o capitão da Polícia Rodoviária de Missouri Ron Johnson, responsável pela segurança em Ferguson. A Guarda Nacional esteve novamente no subúrbio de St. Louis, mas apenas observou a movimentação.
Pelo menos duas pessoas foram baleadas e 31 foram presos, disse ele. Quatro policiais ficaram feridos por pedras ou garrafas. Um fotógrafo e dois jornalistas alemães foram presos e depois liberados.
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Na segunda-feira, o presidente americano Barack Obama disse que "não há desculpa" para "excessos" policiais nem para "vandalismo" e anunciou que o procurador-geral, Eric Holder, seguirá na quarta-feira (20) para a cidade.
De acordo com o jornal The New York Times, que teve acesso a um relatório preliminar da necropsia solicitada pela família de Michael Brown, ele foi atingido por, pelo menos, seis tiros - dois na cabeça. Holder vai acompanhar as investigações em torno do caso.
Os distúrbios e confrontos com a polícia levaram ao envio da Guarda Nacional para controlar a situação. O presidente disse que esse recurso deve ser "limitado".
"Nos próximos dias, estarei atento para ver se será uma ajuda e não um agravante da situação em Ferguson", disse Obama.
O presidente também avisou aos manifestantes que têm recorrido à violência que saquear lojas ou atacar a polícia "só contribui para aumentar a tensão", o que prejudica a justiça.
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Ele afirma se manter "prudente" na abordagem do assunto enquanto durar a investigação, mas referiu-se às desigualdades raciais nos Estados Unidos, considerando que ainda falta percorrer um longo caminho com comunidades, "que se encontram muitas vezes isoladas, sem esperança e sem perspetivas econômicas".
"Fizemos progressos extraordinários, mas não fizemos progressos suficientes", disse Obama, que se deslocou por dois dias a Washington, no meio de duas semanas de férias no Massachusetts.
*Com AP e Agência Brasil