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Tribunal decidiu que Anders Behring Breivik deve ficar sob custódia por mais doze semanas

Foto de 2009 divulgada pela polícia norueguesa em outubro mostra Anders Behring Breivik
AP
Foto de 2009 divulgada pela polícia norueguesa em outubro mostra Anders Behring Breivik
O juiz Torkjel Nesheim descartou nesta segunda-feira que Anders Behring Breivik , autor confesso do duplo atentado que deixou 77 mortos na Noruega, seja insano. Durante a audiência pública , o juiz disse que não há evidência que Breivik tenha executado seu plano com a ajuda de cúmplices.

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Nesheim ordenou que Breivik continue sob custódia por mais 12 semanas, ampliando assim a prisão preventiva, com visitas e correspondências controladas nas primeiras oito semanas, e proibição da mídia nas primeiras quatro.

O ultradireitista, que fez sua primeira participação em uma audiência pública nesta segunda-feira, chegou à corte de Oslo antes dos repórteres e da população.

O extremista de 32 anos está sob custódia desde julho, quando ocorreu a explosão de um carro-bomba no centro de Oslo e o ataque indiscriminado contra um acampamento da juventude do partido trabalhista na ilha de Utoya .

Breivik foi escoltado por guardas ao entrar no tribunal. De acordo com uma jornalista da BBC que esteve dentro da corte, a atmosfera no local é estranha e tensa. Cerca de 30 sobreviventes e parentes de vítimas participaram da audiência, e o réu olhou-os diretamente nos olhos ao caminhar pela sala.

Breivik aparentava calma, mas foi interrompido pelo juiz quando tentou ler um comunicado previamente preparado, no qual se dizia um líder da resistência. "Eu sou um comandante militar do movimento da resistência norueguesa", disse Breivik antes de o juiz ordenar que ele parasse.

Ao final da audiência desta segunda, Breivik pediu ao juiz Torkjel Nesheim se podia falar com os sobreviventes e parentes das vítimas, mas a requisição foi imediatamente recusada.

Tim Viskjer, sobrevivente do massacre em Utoya, assistiu à audiência de Breivik por uma transmissão de vídeo ao vivo em outra sala do tribunal. "Eu pensei que ele parecia frio e desumano", disse Viskjer a uma emissora norueguesa. "Foi desconfortável, mas para eu mudei um pouco depois de ver e ouvir o suspeito."

Assim como fez nas audiências anteriores, o extremista confessou os ataques mas recuou-se a se declarar culpado. Ele nega ter cometido um crime, pois alega que estava em uma cruzada para proteger a Europa de ser tomada por imigrantes muçulmanos.

Ele descreveu sua detenção na prisão Ila em Oslo como uma "tortura irracional". Seu advogado de defesa afirmou aos repórteres presentes que Breivik não reconhece a autoridade da corte e reivindica que seja libertado da prisão.



Com AP e CNN