O incêndio de grandes proporções que consome Los Angeles , forçando a evacuação de milhares de pessoas e deixando vítimas fatais, tem sua origem nas condições climáticas extremas provocadas por mudanças no ambiente. Informações são do g1 .
Especialistas apontam que uma combinação de fatores climáticos criou o cenário perfeito para o avanço incontrolável das chamas, mesmo durante o inverno, período geralmente menos propício para queimadas.
Ciclo de chuvas e seca extremas
Entre 2022 e 2023, a Califórnia registrou chuvas acima da média, causando alagamentos e transformando a paisagem da região. O excesso de água permitiu o rápido crescimento da vegetação, que, em circunstâncias normais, seria inofensiva.
Porém, a partir de 2024, a região entrou em um período de seca severa, que rapidamente transformou essa vegetação em material altamente inflamável.
"A região teve um grande volume de chuva anteriormente que promoveu um crescimento das plantas muito rápido. Só que a seca veio logo em seguida e transformou toda a vegetação em combustível", explica Pedro Camarinha, pesquisador do Cemaden, em entrevista ao g1 .
Calor fora de época e ventos intensos
Além da seca, a Califórnia enfrenta temperaturas acima da média para o inverno. Há pelo menos três meses, a região registra calor extremo, que agrava ainda mais a secagem da vegetação. Esse calor anômalo, combinado aos ventos de Santa Ana — que chegam a 160 km/h e reduzem a umidade das plantas —, acelera a propagação das chamas, dificultando o trabalho das equipes de contenção.
Pesquisas recentes apontam que as mudanças climáticas estão alterando o padrão climático da Califórnia. Os invernos, tradicionalmente chuvosos, estão se tornando mais secos e quentes, aumentando o risco de incêndios florestais em uma época do ano que, historicamente, oferecia algum alívio das queimadas.
Causas ainda em investigação
Embora a origem exata do incêndio ainda esteja sendo investigada, especialistas explicam que, em condições como as atuais, até mesmo um pequeno foco, como uma fagulha ou faísca, pode gerar um desastre de grandes proporções. Casos semelhantes já ocorreram no estado, como o incêndio de Carr, em 2018, iniciado pelo pneu de um trailer.
Com a vegetação ressecada, o aumento das temperaturas e a intensidade dos ventos, o cenário da Califórnia serve como um alerta sobre os efeitos das mudanças climáticas. As autoridades seguem em estado de emergência, com equipes trabalhando para conter o fogo, enquanto especialistas apontam para a necessidade de medidas para mitigar os impactos climáticos e evitar novos desastres.
O incêndio já causou perdas significativas em Los Angeles, com mais de 1.900 imóveis totalmente destruídos e outros 13.000 seriamente danificados pelas chamas. Além das estruturas físicas, o fogo devastou vastas áreas de vegetação, prejudicando o ecossistema local. Milhares de pessoas foram forçadas a abandonar suas casas, muitas delas sem saber se terão algo para onde retornar. As perdas humanas também são graves, com cinco mortes confirmadas até o momento. Em meio ao caos, empresas, escolas e serviços essenciais foram interrompidos, deixando um impacto profundo na comunidade afetada.