Lula defende Escola de Sargentos em área de proteção ambiental

Mandatário afirmou que é necessário agradecer às Forças Armadas pela preservação do local

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
Foto: Ricardo Stuckert/ PR
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

Em seu segundo dia em Pernambuco, o  presidente Lula (PT) acompanhou e defendeu nesta sexta-feira (19), a assinatura do Termo de Compromisso entre o Exército e o governo do estado para a construção da Escola de Sargentos, na Zona da Mata.

O presidente afirmou no evento que é preciso agradecer às  Forças Armadas pela preservação do local: "Eu sei da vocação e da capacidade de luta dos nossos ambientalistas, sei de tudo isso, mas o que a gente precisa fazer, a gente precisa agradecer alguma coisa. Se não fosse o Exército nessa área, ainda teria alguma árvore aqui ou tudo teria se transformado em favela, em ocupação desordenada?"

A declaração feita pelo presidente é uma resposta direta aos ambientalistas do projeto, que criticaram a instalação do projeto em uma Área de Preservação Ambiental (APA) de Aldeia, localizada em uma zona de  Mata Atlântica.

O Exército informou nesta quarta-feira (17) que reduziu de 180 hectares para 90 hectares a área de supressão vegetal do projeto. Isso se deu por conta da mudança de localização das vilas militares para moradia dos oficiais e seus familiares.


Investimentos

Foram investidos R$ 1,8 bilhão para a construção da escola, anunciada ainda em 2021 pelo governo de Jair Bolsonaro (PL).

Cerca de 30 mil empregos ligados diretamente e indiretamente devem ser disponibilizados pelas obras, estima o Exército. O petista declarou: "Se antes os pernambucanos e demais nordestinos que ingressaram na carreira militar tinham que ir para o Sul ou Sudeste para fazer sua formação, a nova escola representa o caminho inverso".

Lula assinou ontem (18) um acordo que prevê R$ 650 milhões de investimentos na Aeronáutica. Esse é mais um de outros acenos que o presidente vem tecendo aos militares.

Obras e governo

José Múcio Monteiro, ministro da defesa, teceu elogios à Escola de Sargentos. “Os municípios da região não serão o mesmos depois da implantação de um dos maiores centros de formação do mundo, cuja finalidade principal é centralizar e aperfeiçoar o processo de formação e graduação de sargento da carreira, que compõem cerca de 62% do efetivo profissional do Exército”, declarou.

Raquel Lyra (PSDB), governadora do estado, agradeceu pelos debates feitos quanto à realização das obras e espera prosperidade em Pernambuco. "Agradecemos pelo empenho profundo nas discussões para que a gente possa ultrapassar os obstáculos para a construção da Escola de Sargentos e, com isso, conseguir uma unidade a partir do diálogo que está sendo exercitado durante todo o ano de 2023 e o início de 2024", comentou a governadora.

Ainda na cerimônia, Lula criticou as obras inacabadas e abandonadas, citando a obra da Ferrovia Transnordestina, que deveria ter sido inaugurada em 2012. “Já estamos em 2024 e nós ainda estamos retomando a construção da ferrovia. Eu, sinceramente, confesso que uma das desgraças do nosso país é a descontinuidade das obras públicas feitas nas prefeituras, nos estados, feitas pelo governo. Ou seja, basta mudar de governo para que sejam paralisadas, porque cada governante quer deixar a sua marca, cada governante quer deixar o seu legado. E não é o legado para o povo. É o legado pessoal”, disse o presidente.

Solenidades

Além da assinatura do Termo de Compromisso que ocorreu no Forte Guararapes, quartel-general do Comando Militar do Nordeste (CMNE), mais cedo o presidente Lula participou da troca de comando do exército. O general Maurílio Ribeiro substituiu Kleber Nunes de Vasconcellos, que esteve no cargo durante 9 meses.

Os participantes das solenidades foram:

  • José Múcio Monteiro (ministro da Defesa);
  • André de Paula (ministro da Pesca e Aquicultura);
  • Silvio Costa Filho (ministro dos Portos e Aeroportos);
  • Luciana Santos (ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação);
  • Tomás Paiva (comandante do Exército brasileiro);
  • Teresa Leitão (senadora pelo Pernambuco);
  • Raquel Lyra (governadora do Pernambuco);
  • Jerônimo Rodrigues (governador da Bahia);
  • João Campos (prefeito de Recife)