COP28: Países vulneráveis receberão US$ 420 milhões de fundo climático

Comunicado foi comemorado por delegados de vários países

Foto: Reprodução/ENGIE - 09.06.2023
A COP28 acontece em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos


Na COP 28 foi anunciado nesta quinta-feira (30) o estabelecimento do "Fundo de Perdas e Danos", com um aporte inicial de US$ 420 milhões. Embora esse valor seja considerado modesto por especialistas, é recebido como um marco histórico na busca por soluções para os impactos do aquecimento global.

O anúncio foi aclamado pelos delegados dos quase 200 países presentes no evento, sendo esse fundo um desdobramento direto das discussões realizadas na edição anterior, no Egito, em 2023. Durante essa conferência, a criação do fundo foi aprovada, mas os detalhes ainda precisavam ser definidos.

As principais contribuições anunciadas incluem um aporte significativo da União Europeia, que destinou US$ 246 milhões (equivalentes a 1,2 bilhão de reais), seguida pelos Emirados Árabes Unidos com US$ 100 milhões (cerca de 493,4 milhões de reais) e pelos Estados Unidos, que se comprometeram com 17,5 milhões de dólares (aproximadamente 86,3 milhões de reais).

A decisão de lançar o fundo no início da COP 28 foi estratégica para evitar questionamentos sobre compromissos anteriores, evitando possíveis impactos nas demais negociações em curso.

Madeleine Diouf Sarr, presidente do grupo de países menos desenvolvidos, reconheceu o "enorme significado para a justiça climática" representado por esse fundo. Sarr destacou a importância de apoiar financeiramente os países mais afetados pelas mudanças climáticas.


O "Fundo de Perdas e Danos" é uma derivação do Acordo de Paris, no qual países desenvolvidos se comprometem a contribuir com US$ 100 bilhões anuais a partir de 2020 para auxiliar na adaptação de países em desenvolvimento às mudanças climáticas.

Esse fundo não é uma simples transferência de dinheiro; será gerido pelo Banco Mundial, e os países em desenvolvimento terão representação no conselho de administração, buscando garantir uma gestão mais inclusiva e equitativa dos recursos.