Agência da ONU informa que 2023 bateu recorde de temperatura

Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), o mundo está 1,4ºC mais quente

O relatório foi publicado nesta quinta-feira (30)
Foto: Reprodução: Flipar
O relatório foi publicado nesta quinta-feira (30)

Há um mês para o fim de 2023, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) emitiu um relatório informando que o ano de 2023 vai ficar 1,4ºC mais quente. Essa é a temperatura mais alta desde os níveis vistos no período pré-industrial,  e sendo um recorde climático. O relatório da agência da Organização das Nações Unidas foi publicado nesta quinta-feira (30).

Segundo os dados preliminares da OMM sobre o Estado do Clima Global, o ano de 2023 já é considerado como o mais quente já registrado em um período longo de tempo, tomando o lugar do ano de 2016, que havia registrado um aquecimento de 1,2ºC além da média pré-industrial.

Com esses dados, a urgência pelo enfrentamento das mudanças climáticas aumentam. A pressão nos líderes mundias também aumentam, frente a luta para eliminar gradualmente os combustíveis fósseis na cúpula anual da ONU sobre clima, a COP28, que acontece nos Emirados Árabes Unidos neste ano.

"Os níveis de gases de efeito estufa estão em patamares recordes. As temperaturas globais estão em níveis recordes. O aumento do nível do mar é recorde. A baixa no gelo marinho da Antártida é recorde”, afirma o secretário-geral da OMM, Peterri Taalas.

O relatório conclui que os resultados de 2023 não significam que o mundo está a beira de ultrapassar o limite de aquecimento a longo prazo, que é de 1,5ºC , nível posto por cientistas nos termos do Acordo de Paris de 2015, como teto para evitar uma mudança climática catastrófica.

Entretanto, vale ressaltar que o ano de 2023 com 1,4ºC já mostrou o que o aumento de temperaturas pode significar para o mundo, principalmente quando posto a longo prazo.

Neste ano, por exemplo, o gelo marinho da Antártica chegou a sua menor extensão durante o inverno, com cerca de 1 milhão de Km². Já as geleiras suíças tiveram uma perda de 10% do volume remanescente nos últimos dois anos. No Canadá, os incêndios florestais bateram recordes queimando 5% das florestas do país.

O aquecimento em 2023 se soma ao  evento climático natural El Niño no Pacífico Oriental. Além disso, a alta na queima de combustíveis fósseis auxiliam no aumento das temperaturas.

Segundo os cientistas, o ano de 2024 pode ser pior, pois o El Niño deverá atingir o seu ápice.