Em 1º de novembro, a temperatura média da superfície dos oceanos bateu recorde, com uma marca de 20,79ºC, segundo o Copernicus, programa de observação da Terra conduzido pela União Europeia.
A temperatura medida entre os paralelos 60 Sul e Norte no primeiro dia do mês foi 0,4ºC superior à média do período, em meio ao avanço de El Niño , caracterizado pelo aquecimento da superfície do Oceano Pacífico na região equatorial.
No entanto, segundo Bernardo Gozzini, diretor do Laboratório de Monitoramento e Modelagem Ambiental do Conselho Nacional de Pesquisas da Itália (Consorzio Lamma-CNR), o fenômeno não é suficiente para explicar o recorde.
"Valores fora da escala também foram registrados no Pacífico setentrional, no Atlântico e no Mar Mediterrâneo", disse.
Segundo ele, o aquecimento da superfície dos oceanos eleva a taxa de umidade na atmosfera e pode aumentar a ocorrência de eventos climáticos extremos.
E esse não é o único recorde de calor registrado pela Terra em novembro: no dia 17, a temperatura média do planeta superou pela primeira vez em mais de 2ºC a média do período pré-industrial , utilizado como referência para metas climáticas, com aquecimento de 2,07ºC.
A expectativa da comunidade científica é de que 2023 seja o ano mais quente já registrado pela humanidade.