NASA alerta que julho pode ser o mês mais quente da história

Os cientistas acreditam que há "50% de chances" de que 2023 seja o ano mais quente já registrado e que 2024 pode ser ainda pior

Foto: Biserka Stojanovic/pixabay
O Verão 2023 no Hemisfério Norte tem sido um dos mais fortes dos últimos tempos, com temperaturas recordes, enchentes e incêndios.

Verão no hemisfério norte, El Niño em início de atividades e mudanças climáticas a passos largos. O ano de 2023 parece ensaiar o roteiro de filme um apocalíptico, com o planeta atingindo uma sequência de recorde após recorde de temperaturas extremas em vários continentes. 

A NASA emitiu nesta quinta-feira (20) um alerta durante coletiva de imprensa com um informe sobre as chances de de que este mês de julho pode ser o mês mais quente da história do planeta Terra. Os ciêntistas acreditam que há "cinquenta porcento de chances" de que 2023 seja o ano mais quente já registrado e que 2024 pode ser ainda pior. 

"Estamos vendo mudanças sem precedentes em todo o mundo. As ondas de calor que estamos vendo nos Estados Unidos, Europa e China estão batendo recordes em todos os lugares. Mas, isso não é surpresa", disse Gavin Schmidt, diretor do Instituto de Estudos Espaciais Goddard da NASA.

Houve um aumento década após década nas temperaturas ao longo das últimas quatro décadas"

Julho de 2023 é provavelmente o mês mais quente já registrado em "centenas, senão milhares de anos", disseram os principais cientistas da NASA em uma mesa redonda com jornalistas, alertando que o calor só vai piorar.

No mês passado, a Terra já havia registrado recordes de temperatura e julho provavelmente deve seguir os passos acelerados das mudanças climáticas. 

"O que sabemos pela ciência é que a atividade humana, principalmente as emissões de gases de efeito estufa, está indubitavelmente causando o aquecimento que estamos vendo em nosso planeta", disse Kate Calvin, cientista-chefe da NASA e conselheira climática sênior, na mesma coletiva.

Os cientistas deixaram claro que os dados coletados e analisados pela instituição já apontavam nessa direção. A agência espacial dos EUA registrou um pico semelhante de temperaturas em julho e agosto de 2016, devido a um super El Niño no inverno de 2015-2016.

O evento climático também é um fator considerado influente para o aumento da temperatura registrada no planeta. O que preocupa é que ele está apenas no início e "ainda não chegamos lá [no pico] com o atual evento El Niño. Ele está apenas começando", explicou o pesquisador. 

As ondas de calor vistas atualmente são resultado de um aquecimento geral em todo o mundo, especialmente nos oceanos.

"Temos observado temperaturas recordes da superfície do mar, mesmo fora dos trópicos, por muitos meses agora. E prevemos que isso vai continuar, e a razão pela qual acreditamos que vai continuar é porque continuamos a emitir gases de efeito estufa na atmosfera", disse Schmidt.