Verão europeu será o mais quente da história, afirma agência climática

Em Sicília, na Itália, temperaturas já chegaram em 48,8°C, maior marca já vista em solo europeu; média de temperatura de junho a agosto supera em 0,1°C ao verão de 2018

Foto: Reprodução
Verão europeu será o mais quente da história, afirma agência climática

A Europa caminha para registrar o verão mais quente de sua história apenas três anos depois do recorde anterior , afirmou nesta terça-feira o Programa Copernicus, agência da União Europeia para monitoramento do clima. Por uma pequena margem, no período junho-agosto, a região anotou um aumento de 1°C acima da média dos anos de 1991 a 2020, usados como linha de comparação.

Isso coloca, por enquanto, o verão de 2020 como o mais quente de toda a série de dados do Copernicus, iniciada em 1979. Sobreposto a outras séries de dados mais longas, como a do Centro Hadley da Inglaterra, que compila médias europeias desde o século 19, os dados do Copernicus indicam que nunca o continente europeu viu um verão tão quente quanto o que se desenha agora.

O recorde anterior pertencia aos verões de 2010 e 2018 que, empatados, foram 0,9°C mais quentes que a média de 1991 a 2020. O verão termina no dia 22 de setembro, mas o Copernicus não faz um recorte específico por estações do ano, e sim por datas. Nesse período de maior sobreposição com o verão, o período já detém o recorde histórico.

O perfil deste verão no continente, além de mais quente em média, foi mais desequilibrado, com o Sul e o Leste do continente experimentando temperaturas muito maiores que costumam, enquanto o Norte teve temperaturas ligeiramente abaixo da média de 1991-2020. A média como um todo subiu principalmente em função de alguns dias onde os termômetros atingiram extremos.

"Durante a onda de calor no Sul, a temperatura de 48,8°C foi registrada em 11 de agosto, na Sicília, Itália. Essa temperatura — uma vez confirmada pela Organização Mundial de Meteorologia, terá sido a mais alta já vista em qualquer lugar na Europa", afirma o Copernicus em seu último relatório mensal, divulgado nesta terça-feira.

"A onda de calor, que teve relação com condições meteorológicas anticiclônicas (ciclone girando em sentido horário), afetou também a Espanha e outros países, e se seguiu a um calor extremo anteriormente na Grécia e na Turquia, onde contribuiu para incêndios florestais devastadores."


Não foi todo o Norte da Europa que experimentou temperaturas mais amenas, também, sobretudo no Atlântico. A Irlanda, a Islândia e a Escócia (esta útlima a sede da COP-26, a cúpula do clima, em novembro próximo) tiveram temperaturas mais altas que a média.

O calor recorde, afirma o documento, está claramente em linha com a tendência global de mudança climática. Neste ano, no mesmo período (junho-agosto) o planeta como um todo registrou a terceira maior temperatura média da história.