Mineração em terras indígenas protegidas cresce quase 500% em 10 anos
Informação é do MapBiomas Mineração
Dados inéditos do MapBiomas Mineração mostra que houve um crescimento de 301% na exploração mineral em áreas protegidas, de conservação, de 2010 a 2020. Em territórios indígenas protegidos, a situação é ainda pior, com um crescimento de 495%.
Segundo o levantamento, cerca de 40% da área de garimpo em 2020 estava dentro de unidades de conservação, e 9%, em terras indígenas protegidas.
A região mais atingida pelo crescimento ilegal do garimpo foi a Amazônia, que tem apresentado, anualmente, aumentos de desmatamento. O bioma concentra 72% da área minerada do país.
"O que nos saltou aos olhos foi a expansão da área minerada”, diz Pedro Walfir, professor da UFPA (Universidade Federal do Pará) e coordenador do mapeamento de mineração no MapBiomas. “E quando cruzamos essa informação com terras indígenas e unidades de conservação, ficamos surpresos com a quantidade de área minerada em áreas proibidas.”
Segundo o pesquisador a situação pode ter ficado ainda pior nos últimos 4 anos, com o aumento do preço do ouro, que, em 2020, teve valorização de 56%.
Um elemento que pode ter contribuido para a piora da situação foi o sucateamento de estruturas de fiscalização. “O Brasil não tem hoje uma estrutura governamental capaz de fiscalizar o território a ponto de impedir a expansão da mineração”, afirma o pesquisador.
Os dados da MapBiomas foram feitos com uso de milhares imagens de satélite e inteligência artificial, capazes de distinguir a mineração industrial do garimpo.
- Com informações do jornal Folha de S. Paulo.