Na véspera da convenção que irá confirmar o presidente Jair Bolsonaro como candidato, o PL investiu R$ 114 mil para "lotar" o anúncio no YouTube e outras plataformas ligadas ao Google. Os dados estão disponíveis no sistema de transparência de propagandas do Google.
O número de anúncios chamou a atenção de usuários nas redes sociais, que comentaram que as propagandas apareciam antes de quase todos os vídeos vistos na plataforma.
Os dados do Google apontam que o PL gastou R$ 114 mil em 15 anúncios, focados em diferentes regiões do Brasil. O maior investimento foi no Sudeste. O vídeo, de seis segundos, mostra imagens do presidente e uma mensagem: "não pule este vídeo, é pelo bem do Brasil". A peça já foi exibida pelo menos 2,5 milhões de vezes, de acordo com a plataforma.
O PL também investiu na publicação de um vídeo de 30 segundos no mesmo formato e com a mesma mensagem. No YouTube, em alguns dos casos, o usuário pode interromper o vídeo após os cinco primeiros segundos. Existe também a possibilidade de bloquear alguns anúncios.
Os dados do Google mostram que o principal investimento do PL foi em estados em que o presidente é mais forte. Dos R$ 114 mil, R$ 24,5 mil foram direcionados para anúncios de usuários em São Paulo, seguido pelo Rio de Janeiro (R$ 8,5 mil), Rio Grande do Sul (R$8 mil), Paraná (R$7,5 mil) e Minas Gerais (R$6,5 mil).
Neste sábado (23), o presidente esteve em Vitória, onde participou de uma edição da Marcha para Jesus. Bolsonaro discursou num espaço anexo ao aeroporto da cidade. Aos seus apoiadores, disse que pretende manter o valor do Auxílio Brasil em R$ 600 no ano que vem, caso seja eleito. Nos últimos dias, a campanha do ex-presidente Lula tem intensificado um discurso de que o benefício, que teve seu valor aumentado pelo governo às vésperas da eleição após uma emenda à Constituição que colocou o Brasil em estado de emergência, vai durar só até dezembro.
"Botamos um ponto final no Bolsa Família, que pagava em média R$ 190, e hoje paga R$ 600. Fizemos isso dentro da responsabilidade fiscal. Entre outras coisas, não roubando. Então temos como manter esse valor para o ano que vem também", dise Bolsonaro.
Na votação da PEC Eleitoral na Câmara dos Deputados, contudo, a base governista votou contra a emenda que previa o valor definitivo de R$ 600 para o benefício. Durante a votação, a oposição apresentou destaques, sugestões de emenda ao texto, que poderiam tornar permanente o valor de R$ 600 para o Auxílio Brasil, ao retirar as menções de data e orçamento máximo para o benefício. A medida foi derrotada, porque a base governista se opôs à mudança.