“Por trás” ou “por detrás” ? As duas formas estão corretas e querem dizer praticamente a mesma coisa. Mas será que dá para usar qualquer uma em qualquer momento? A gente explica como acertar na escolha sem complicar!
“As duas expressões indicam algo em uma posição posterior, oculto ou escondido. Contudo, há diferenças sutis no uso, relacionadas ao grau de formalidade e ao contexto”, explica o professor Luiz Fernando Schibelbain , Líder de Bilíngue e Soft Skills da School of Schools Soluções Educacionais.
O que tem por trás disso?
“Trás” vem lá do latim “ trans ”, que quer dizer “além de” ou “atrás”. Na prática, é aquele jeito mais direto e informal que a gente usa no dia a dia , seja falando ou escrevendo. Quer ver como fica? Veja alguns exemplos abaixo.
- Por trás daquela decisão política, havia interesses econômicos importantes.
- Ele se escondeu por trás da cortina para fazer uma surpresa.
- O time teve uma estratégia bem elaborada por trás da vitória.
- O trabalho em equipe é o segredo por trás desse projeto bem-sucedido.
Por detrás do mistério
“Detrás” vem do mesmo vocábulo latim “ trans ”. Geralmente aparece em textos mais formais, como os literários, artísticos ou com um toque poético. Dá uma olhada nos exemplos abaixo para sentir o clima!
- Por detrás do sorriso, havia tristeza e solidão.
- Por detrás da paisagem bucólica, escondem-se anos de luta e resistência.
- No romance “Dom Casmurro”, de Machado de Assis, a dúvida sobre o caráter de Capitu está por detrás de toda a narrativa.
- Há sempre uma verdade escondida por detrás das aparências.
Segundo o professor Luiz, essa diferenciação entre as duas expressões pode ser útil em redações , interpretações de texto ou questões que envolvam análise de estilo e linguagem. “Ao escrever ou interpretar, escolha a expressão que mais se adequa ao tom e ao propósito do texto”, aconselha o educador. Ou seja, tudo vai depender da intenção: se é formal ou informal.
Como a imprensa usa ?
Aqui a gente traz para você dois exemplos de veículos jornalísticos. Olha só!
“ Por trás da história do queijo minas, nós temos a história do Brasil e da agricultura familiar. Transformar esse produto em patrimônio aumenta a responsabilidade que devemos ter com a sua produção e com todos aqueles envolvidos neste processo”, Folha de S. Paulo.
“Nem que seja para dar só uma olhada na Monalisa… O quadro pode decepcionar o observador à primeira vista: é menor do que o esperado, um tanto escuro e ainda fica escondido por detrás de um vidro. Chegar perto da tela e apreciar seu sfumato , técnica na qual da Vinci se notabilizou, que produz um efeito esfumaçado suavizando as linhas, é missão para os muito pacientes”, revista Veja.
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