Quanto mais horas por dia se trabalha, mais se produz? Esta foi uma fórmula lógica defendida durante décadas, mas já está sendo questionada em vários lugares do mundo – inclusive aqui no Brasil, com o projeto de lei que propõe substituir a escala 6×1 pela 4×3 (ou seja, quatro dias de trabalho e dois de descanso). Mas será que funciona? Charles Darwin diria que sim.
Explicamos melhor. Segundo Alex Soojung-Kim – diretor da organização 4 Day Week, fundador da Restful Company e pesquisador visitante na Universidade de Stanford – é possível trabalhar menos horas e ter uma produtividade maior. Ele dá vários exemplos de cientistas e gênios renomados no mundo que tinham esse hábito em seu livro “Rest: Why You Get More Done When You Work Less” [em tradução livre “Descanso: porque você faz mais quando trabalha menos”].
+ O cientista que inventou uma técnica para aprender qualquer coisa
A rotina tranquila do cientista que mudou a história
Entre os cientistas adeptos da curta rotina de trabalho, Pang cita em seu livro o naturalista britânico Charles Darwin , criador da Teoria da Evolução e autor de 19 livros, entre eles o famoso “A origem das espécies”.
De acordo com o escritor, Darwin costumava produzir suas pesquisas científicas em apenas três períodos de 90 minutos por dia, ou seja, o equivalente a 4,5 horas. Praticamente metade das horas que um trabalhador médio faz no dia.
Em sua rotina diária, logo pela manhã, o cientista fazia uma caminhada e depois tomava seu café da manhã. Em seguida, ia para seu escritório, onde trabalhava das 8h às 9h30. Depois fazia uma pausa para ler, escrever cartas e ouvir a leitura de um romance. Às 10h30, ele retomava seus experimentos. Ao meio-dia, declarava: “Fiz um bom dia de trabalho” e saía para andar no Sandwalk, um caminho próximo à sua casa em Down, nos arredores de Londres. Após o almoço, dedicava-se a escrever mais cartas e tirar uma soneca de uma hora. Mais tarde, fazia outra caminhada e retornava ao escritório, onde trabalhava das 16h às 17h30. O dia encerrava com um jantar em família.
“Se [Darwin] fosse professor em uma universidade hoje, ele não teria estabilidade. Se trabalhasse em uma empresa, teria sido demitido em uma semana”, escreve Pang.
Segundo ele, as horas que Darwin passava em “descanso deliberado” eram tão importantes quanto o tempo dedicado ao trabalho. “Quando paramos e descansamos adequadamente, não estamos pagando um imposto sobre a criatividade, estamos investindo nela”, explica Pang.
Ele também cita em seu livro outras personalidades famosas que também foram adeptas de jornadas de trabalho curtas, como os escritores renomados Charles Dickens, Thomas Mann e Edna O’Brien.
Acha que seria possível levar um estilo de vida como o de Darwin? Vale aqui uma boa reflexão sobre o futuro do trabalho.
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