Segundo balanço divulgado pelo Ministério da Educação (MEC) nesta terça-feira (16), 60 candidatos atingiram a nota mil na redação do Enem 2023, pontuação máxima da avaliação dissertativa. Desse total, quatro foram escritas por candidatos oriundos da rede pública de ensino.
Contudo, o número é maior em relação à última edição do Exame, quando apenas 18 redações, no total, atingiram a nota máxima. A taxa de participação dos estudantes de escolas públicas também aumentou: cerca de 38% dos estudantes eram da rede pública em 2022. Em 2023, a taxa subiu para 46,7% – quase metade dos inscritos no Exame.
Para o diretor de Avaliação da Educação Básica do MEC, Rubens Lacerda, o principal motivo para o aumento de notas mil na redação foi o tema, "Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil".
"Foi um tema relevante socialmente, discutido amplamente", afirmou Lacerda. "Isso permitiu que as pessoas tivessem condição para discutir esse tema com, não vou dizer facilidade, mas uma certa fluidez. E isso permitiu o aumento das notas mil este ano".
De acordo com o Inep, mais de 4 milhões de candidatos participaram do Enem, dentre os quais mais de 2 milhões e 700 mil compareceram para realizar a prova – 68% de participação efetiva. O Instituto também divulgou que mais de 1 milhão de participantes atingiram notas de corte acima da média e poderiam ingressar em 842 cursos no Brasil. Em porcentagem, cerca de 37,1% do total.
Ajuda financeira para estudantes
O ministro da Educação, Camilo Santana (PT), informou nesta terça que os estudantes do terceiro ano do Ensino Médio que realizarem a prova do Enem deverão receber uma ajuda financeira.
A medida, apresentada para mitigar a ausência de estudantes, deve ser apresentada pelo presidente Lula (PT) sob o nome de "Pé-de-Meia", destinada primeiramente a estudantes de baixa renda do ensino médio. O programa deve ser estendido para os estudantes do terceiro ano como auxílio para participar do Enem.
"O programa, posso adiantar aqui, terá também o incentivo para quem fizer o Enem. Então isso vai ser uma forma de estimular o jovem regular do Ensino Médio, que vai receber esse auxílio financeiro nos três anos do Ensino Médio, mas no último ano, no terceiro ano, ele vai receber um percentual, um valor para fazer a prova do Enem", afirmou Santana.
O ministro complementou: "Metade dos jovens que estão concluindo o Ensino Médio não fez o Enem. Precisamos saber o motivo disso e reverter esses números. [O Enem] é a porta, a oportunidade que ele tem de acessar o ensino superior brasileiro, então não há motivo para o jovem não fazer o Enem, independente do resultado que ele vai alcançar".