Alunos da USP entraram com uma ação judicial nesta sexta-feira (27) contra a universidade após a reitoria decidir não abonar as faltas durante o período de greve. Segundo os estudantes, a resolução representa uma represália pela greve e abre margem para a reprovação em massa dos participantes dos atos.
A ação judicial impetrada pelo Diretório Central dos Estudantes da USP em conjunto com o Centro Acadêmico XI de Agosto, o Caaso (Centro Acadêmico Armando de Salles Oliveira), o Guima (Centro Acadêmico Guimarães Rosa) e o GFAUD (Grêmio Estudantil da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e Design da USP).
Na última terça (24), a Pró-Reitoria de Graduação soltou uma circular informando que o sistema seria ajustado para cada curso , e que o método utilizado para calcular a nova frequência dos alunos será baseado na quantidade de semanas letivas efetivas, conforme definido pelo calendário escolar, com a dedução das semanas em que os alunos estiveram ausentes. Isto é, quanto maior o período de paralisação, menor a porcentagem de frequência do estudante.
A circular diz ainda que, no caso de calouros, caso haja reprovação em todas as matérias durante um dos dois semestres do primeiro ano, a matrícula é cancelada.
A greve na universidade já dura cinco semanas. No final da tarde de quinta-feira (26), um grupo de estudantes ocupou o prédio da Administração Central da Universidade de São Paulo (USP) , em um ato de protesto contra decisões recentes da reitoria da instituição.
Além de se manifestarem contra a revisão da frequência e a possível reprovação automática, os alunos apresentam outras reivindicações em seu movimento.
Entre as demandas, estão a contratação de mais professores, o aumento do auxílio para a permanência estudantil, melhorias estruturais na unidade da USP na Zona Leste, a realização de vestibulares específicos para indígenas e a valorização dos direitos estudantis.