"Prioridade absoluta à reabertura segura das escolas", diz Unicef a prefeitos
Florence Bauer, representante do fundo no Brasil, assina a carta endereçada aos prefeitos eleitos pedindo compromisso com a volta às aulas segura
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) publicou uma carta aberta pedindo " prioridade absoluta à educação e à reabertura segura das escolas ". Segundo o órgão da ONU, o longo tempo de fechamento da maioria das escolas e o isolamento social têm impactado profundamente a aprendizagem, a saúde mental e a proteção de crianças e adolescentes.
"Apesar dos esforços para organizar atividades remotas para continuidade das aprendizagens, milhões de crianças e adolescentes não foram alcançados
e perderam o vínculo com a escola. Elas e eles correm o risco de abandonar a educação definitivamente. Isso vai aprofundar ainda mais as desigualdades e impactar uma geração inteira. As escolas desempenham um papel primordial na vida de meninas, meninos e suas famílias", afirma o texto assinado por Florence Bauer, representante do Unicef no Brasil
Ainda segundo o Unicef, as escolas proveem, primeiramente, uma educação essencial para que crianças e adolescentes desenvolvam o seu pleno potencial, exerçam a cidadania e se preparem para o mundo do trabalho.
"Mas há muito mais: as escolas também oferecem oportunidades para o desenvolvimento de competências de interação social
e são essenciais à proteção contra diferentes formas de violência– incluindo a violência doméstica, que aumentou na pandemia. Além disso, um número considerável de crianças e adolescentes depende da merenda escolar para sua segurança alimentar", diz a carta.
De acordo com a Unesco, quase 150 milhões de crianças no mundo estão sem aulas presenciais por causa do coronavírus nesta semana. Em maio, esse número chegou a 1,5 bilhão de crianças em 172 países ao redor do mundo.
Na América Latina, apenas Uruguai, Suriname, Cuba e Haiti estão com escolas completamente abertas. Países como México e Equador não retornaram com as aulas presenciais, mas a maior parte do continente, como Argentina e Chile, reabriu parcialmente . EUA e Canadá também reabriram apenas parte de suas instituições educacionais.
No Brasil, já começou o retorno às salas. No Rio, por exemplo, alunos do 3º ano do ensino médio poderiam voltar às aulas presenciais caso preferissem. A rede estadual de São Paulo já marcou retorno para 20 de fevereiro. As cidades de Rio e São Paulo também planejam adotar a medida. Em todos os casos, o modelo adotado será o ensino híbrido, no qual parte das atividas pedagógicas ainda será realizada de casa.
"É um momento-chave que não podemos deixar passar. A forma da reabertura tem de ser adaptada à situação local e pode incluir elementos de educação híbrida, uma mistura de educação presencial e a distância, rodízio de estudantes em grupos pequenos, etc. – como sugerido nos protocolos que estão à disposição. É imprescindível envolver professores, demais profissionais da educação,estudantes, seus familiares e a comunidade escolar nessa decisão", diz a Unicef.
O fundo da ONU disponibilizou ainda uma página com protocolos e orientações para a reabertura segura das escolas ( veja aqui ).