Aulas na rede privada voltando antes? "nunca será autorizado", diz governo de SP
Secretário de Educação do estado, Rossieli Soares afirmou que não existe razão em realizar tal operação, que acarretaria em maior disparidade de aprendizado entre os alunos
Por iG Último Segundo |
Nesta sexta-feira (21), o retorno das aulas no estado de São Paulo foi tema da coletiva de imprensa realizada pelo governo no Palácio dos Bandeiras. Questionado sobre a possibilidade de um retorno adiantado na rede particular, o que poderia acarretar em maior defasagem de aprendizado no comparativo com os alunos da rede pública, o secretário de Educação foi categórico: esta é uma possibilidade que não existe.
"A premissa continua a mesma: voltarmos todos juntos. No dia 08 de setembro para reforço escolar opcional e 07 de outubro para retorno às aulas , respeitando sempre todas as regras e medidas de segurança. Epidemiologicamente, não existe razão para voltar a rede privada antes da pública. Isso nunca será autorizado, nem pelo estado e imagino que nem pelas prefeituras ", afirmou Rossieli.
Ainda sobre a volta, o secretário ressaltou a importância da realização do inquérito sorológico
, que trará "claridade ainda maior sobre os próximos passos" a serem tomados no setor educacional: "Todas as nossas premissas são para proteger vidas. Hoje vimos toda a evolução do estado, que é importante, mas a premissa da proteção continua sendo ponto central do Plano São Paulo e também na educação".
"Semana desplugada" e auxílio da tecnologia
Questionado sobre os problemas enfrentados pelos alunos da rede pública, que não tem condições de participar de forma completa das aulas online devido ao baixo acesso às ferramentas tecnológicas, o secretário afirmou que medidas estão sendo tomadas para auxiliar os jovens, inclusive com a compra de tablets com acesso a internet.
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"O uso da tecnologia sempre foi uma prioridade do governador Doria dentro da educação. É uma diretriz que nós já tinhamos, e a pandemia deixou isso ainda mais claro. Independente do tempo da pandemia ou não, a lógica da educação híbrida veio para ficar e ela permanecerá", afirmou.
"Temos estratégias para apoiar os professores da rede estadual, para que tenham mais acesso a tecnologia, seja agora ou depois da pandemia, mas também estamos olhando para outras estratégias, buscando recursos junto ao banco mundial e outras formas, para que possamos avançar com essa educação híbrida", concluiu Soares.
A fala foi acompanhada pelo prefeito Bruno Covas , que revelou detalhes de como será feita a compra dos aparelhos que serão utilizados na capital paulista: "vamos investir nos tablets com chips que serão enviados a 465 mil alunos do ensino médio, fundamental e do EJA aqui do município. Esses equipamentos poderão ser utilizados não apenas neste momento de ensino à distância, mas também dentro da sala de aula. Não é uma questão de não acreditar mais no retorno nesse ano, mas sim de utilizar uma ferramente tecnológica que pode ser usada no retorno das aulas".
Por fim, ao tratar sobre a saúde mental de professores e alunos, Rossieli destacou que esta já era uma preocupação do governo mesmo antes da pandemia e que novas medidas serão implementadas ao longo do mês de setembro. No momento, já na próxima semana, será realizada uma "semana desplugada".
"A rede estadual terá uma semana sem atividades. Temos visto o estresse dos profissionais, das crianças, das famílias, e é importante dar esse espaço. Por isso, organizamos essa semana de descanso . Vamos ter conteúdos, mas apenas lúdicos", finalizou o secretário.