Estudante consegue vaga na USP após denunciar suspeita de fraude de cotas
Juliane de Souza Almeida era a primeira na lista de espera e constatou a possível fraude ao procurar os aprovados nas redes sociais
Por iG Último Segundo |
Juliane de Souza Almeida, uma estudante negra de 21 anos, ganhou na Justiça o direito de se matricular na USP após denunciar uma suspeita de fraude no sistema de cotas . A jovem era a primeira na lista de espera do curso de fisioterapia na modalidade para pretos, pardos e indígenas (PPI).
Leia também: USP oferece cursos online para alunos da rede pública
Juliane contou à Folha de S.Paulo que como ficou bem posicionada na lista de espera, buscou os candidatos aprovados nas redes sociais para descobrir se eles iam se matricular no curso. Nessa busca, ela percebeu pela foto que uma das aprovadas tinha um fenótipo branco .
Segundo a Folha , ela contou com o apoio do Núcleo Ayé, coletivo de estudantes negros da Faculdade de Medicina da USP , para buscar a Defensoria Pública e fazer a denúncia. Na ação, ela pediu que a USP aceitasse sua matrícula provisória e que ela tivesse o direito de frequentar as aulas até que seja instaurado e concluído o processo administrativo sobre a declaração da outra candidata.
O pedido foi acolhido em decisão liminar na última segunda-feira (9) pelo juiz Otavio Tokuda. O nome da candidata suspeita de fraudar as cotas não foi divulgado a pedido da Defensoria.
Leia também: MEC oferece cursos para mulheres em situação de vulnerabilidade
A USP exige apenas uma autodeclaração dos estudantes que prestam o vestibular na modalidade PPI. No entanto, uma resolução do Conselho de Graduação prevê que a matrícula de quem tentar burlar o sistema pode ser cancelada caso sejam constatadas as informações falsas.