MEC: projeto quer fazer professor universitário ter o “melhor emprego do Brasil”

No projeto Future-se, parceria com iniciativa privada deve criar fundo financeiro para incentivo de pesquisa de professores universitários

Foto: Ellan Lustosa
RIO DE JANEIRO - Manifestações cobraram mudanças de rumo na Educação: a resposta do ministro foi cortar na semana passada mais 2,7 mil bolsas de pós-graduação

Transformar o emprego de professor universitário no “melhor do Brasil” é uma das consequências especuladas pelo MEC no projeto Future-se , que incentiva parcerias da iniciativa privada com a educação federal brasileira. O projeto foi apresentado na manhã desta quarta-feira (17).

Segundo o secretário da educação superior do Ministério da Educação , Arnaldo Lima, os docentes receberão “recompensas” financeiras quando conseguirem feitos de relevância. Esse dinheiro deve vir de investimento estruturado junto ao fundo privado. “A gente quer premiar as boas práticas. É tudo o que a gente acredita. A gente não acredita nem no assistencialismo sem restrição social e nem em uma meritocracia só dos melhores. O que a gente quer premiar é a cultura do esforço ”, afirmou. 

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“A gente está fazendo do cargo de professor universitário o melhor emprego do Brasil. Ele vai ter o salário dele garantido e toda receita própria que ele conseguir captar vai ser dele. Vai ter natureza privada desde que ele exporte o que a gente tem de melhor, que é o conhecimento”, contou. Entre as atividades apontadas como possíveis geradoras de renda para os professores estão publicações, exploração de patente, sociedades de propósitos específicos e sociedades em startups.

Polêmicas no ensino superior

Desde o início do governo de Jair Bolsonaro, as pautas envolvendo a pasta da Educação causaram discussões e protestos em todo o Brasil. Ainda durante o ministério de Vélez Rodríguez, a declaração de que a ideia de universidade para todos não existe causou polêmica. 

Já no governo de Weintraub, o anúncio do contingenciamento de verbas de universidades acusadas de promover a “balbúrdia” foi prólogo de uma série de protestos que atingiu o ápice com o anúncio do contingenciamento dessa mesma verba em todas as instituições de ensino federais.