Ministro da Educação ataca gestões anteriores e diz estar aberto para dialogar

Abraham Weintraub ouviu pedidos para se demitir do ministério, mas se manteve firme, recebendo apoio dos deputados ligados ao governo

Ministro da Educação Abraham Weintraub foi sabatinado na Câmara dos Deputados
Foto: Fábio Pozzebom/ABr
Ministro da Educação Abraham Weintraub foi sabatinado na Câmara dos Deputados


O ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou nesta quarta-feira (15) no plenário da Câmara dos Deputados, que está disposto a conversar com todos os parlamentares e reitores das universidades. “O que a gente pede: venham ao MEC, mostrem os números. Se a gente não chegar a um acordo, a gente abre as planilhas, vê as contas. A gente vem ao Congresso. A transparência é o principal objetivo dessa gestão”.

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ministro foi convocado na noite de ontem para prestar esclarecimentos no plenário da Casa a respeito do corte de 30% nas verbas de custeio para as universidades e institutos federais (quantia que representa 3,5% do orçamento das instituições, segundo o governo prefere destacar).

Em sua explanação inicial, o ministro disse aos deputados que a pasta está investindo no programa de governo que vai dar prioridade para a pré-escola, ensino fundamental e técnico. “Vamos mantendo a atual estrutura das universidades, mas mudando a estratégia”, disse.

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O ministro também criticou o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). “O Fies no Brasil é um dos piores do mundo. Hoje você tem metade dos jovens inadimplentes, com a preocupação de como pagar o ensino superior.”

Ele falou que a expansão do ensino superior foi feita pela rede privada e que o País já superou algumas metas impostas às universidades. “Já batemos a meta da formação dos professores do ensino superior. Eu sou da iniciativa privada. Quando você bate a meta e supera elas, você faz o quê? Desvia os seus recursos para as metas que você está aquém, como ensino fundamental”, disse.

Weintraub acrescentou que é necessário aprovar a reforma da Previdência para ampliar os recursos do governo e voltou a defender a presença da polícia em universidades.

Eu concordo que a evolução da educação não tem nada a ver com o atual governo, porque não foi uma evolução, foi uma involução. O orçamento atual foi feito pelo governo eleito de Dilma Rousseff e do senhor Michel Temer, que era vice. Nós não somos responsáveis pelo contingenciamento atual, não somos responsáveis pelo desastre da educação básica brasileira", disse o ministro.

Ele abriu as portas do ministério também para a oposição e pediu uma “abordagem racional”. “A gente só pede uma abordagem racional, baseada em números. Pode ser parlamentar da oposição, já recebi vários. Vem com o reitor e a gente vai analisar. Os reitores que têm vindo têm saído muito satisfeitos do MEC”, disse na sessão de hoje, que teve momentos de discussões entre parlamentares da base do governo e da oposição.

“Já recebemos 50 reitores para conversar. O dinheiro é do povo, tem que ser explicado sim. Se a universidade está com dificuldade, eu me disponho a vir aqui”, disse. Ele reafirmou que o governo está apenas “apertando um pouco o cinto” para cumprir a lei do teto dos gastos públicos, aprovada pelo Congresso em 2016, durante o governo Michel Temer. “Não dá para cumprir a lei feita por esta casa se a gente não contingenciar”, disse o ministro .