Olavo de Carvalho, que provocou a queda de seis servidores do Ministério da Educação (MEC, após críticas nas redes sociais voltou à web na tarde desta terça-feira (12) para negar que pretende 'derrubar' o ministro Ricardo Vélez Rodríguez, titular da pasta. O colombiano foi uma indicação do próprio filósofo, que é conhecido como o maior guru ideológico do bolsonarismo.
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"Não quero derrubar ministro nenhum. Apenas apresentei pessoas, sem a menor pretensão de influenciá-las (sei que isto é inimaginável para o pessoal da mídia, para quem influenciar é orgasmo). O ministério é do Velez. Que o enfie no c*", escreveu Olavo de Carvalho . Fãs e críticos do filósofo especulam que ele pretende assumir a pasta após uma possível queda do atual ministro.
Não quero derrubar ministro nenhum. Apenas apresentei pessoas, sem a menor pretensão de influenciá-las (sei que isto é inimaginável para o pessoal da mídia, para quem influenciar é orgasmo). O ministério é do Velez. Que o enfie no cu.
— Olavo de Carvalho (@opropriolavo) 12 de março de 2019
Ainda na noite de ontem, também pelas redes sociais, Olavo fez críticas duras a Vélez e chegou a fazer referência a uma possível saída do ministro. "Só a renovação TOTAL e sem complacências pode salvar a educação brasileira. Recomendei o ministro Velez, mas, se ele cair no erro monstruoso que mencionei no post anterior, PONHAM-NO PARA FORA (sic)", escreveu.
Só a renovação TOTAL e sem complacências pode salvar a educação brasileira. Recomendei o ministro Velez, mas, se ele cair no erro monstruoso que mencionei no post anterior, PONHAM-NO PARA FORA.
— Olavo de Carvalho (@opropriolavo) 12 de março de 2019
Reclamações de Olavo de Carvalho causaram queda em massa no MEC
Olavo de Carvalho já havia repercutido dentro do governo na última semana. O presidente Jair Bolsonaro determinou a saída do então diretor de Programas da Secretaria-Executiva , coronel Ricardo Wagner Roquetti do MEC. O presidente comunicão sua decisão durante uma reunião com ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez. O principal motivo da saída de Roquetti do governo foram as críticas que ele recebeu do filósofo.
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No entanto, o militar não foi o único exonerado pelo MEC. Ao todo, seis funcionários perderam seus cargos na portaria publicada nesta segunda-feira, entre eles, alunos do próprio Olavo de Carvalho , como Tiago Tondinelli, que ocupava o cargo de chefe de gabinete do ministro da Educação e era bastante e Silvio Grimaldo de Camargo, ex-assessor especial do ministro da Educação.
Tondinelli pediu para deixar o cargo alegando motivos pessoais, de acordo com uma reportagem do jornal Folha de São Paulo. Grimaldo, por sua vez, tem utilizado as redes sociais para denunciar o "expurgo" dos alunos do filósofo do ministério. “O expurgo de alunos do Olavo de Carvalho do MEC é a maior traição dentro do governo Bolsonaro que se viu até agora", escreveu.
Olavo chegou a recomendar que seus ex-alunos deixassem os cargos no governo e atacou os militares. "Cada politico, em Brasília, está longe do povo e perto da mídia. Logo ele entende a quem deve obedecer", escreveu o filósofo, na noite de quinta-feira (7). "Imaginem então o general, que, emergindo da tediosa e austera secura da vida militar, se vê de repente cercado de luzes, câmeras e gostosas repórteres. Cai de joelhos", disse.
Jamais gostei da ideia de meus alunos ocuparem cargos no governo, mas, como eles se entusiasmaram com a ascensão do Bolsonaro e imaginaram que em determinados postos poderiam fazer algo de bom pelo país, achei cruel destruir essa ilusão num primeiro momento. Mas agora já não posso me calar mais. Todos os meus alunos que ocupam cargos no governo – umas poucas dezenas, creio eu – deveriam, no meu entender, abandoná-los o mais cedo possível e voltar à sua vida de estudos."
Apesar de já ter afirmado em um vídeo que "não era guru dessa 'porcaria'", Olavo de Carvalho voltou a mostrar grande força e acabou sendo responsável pela mudança no Ministério da Educação. Além de Vélez, o filósofo também foi responsável pela indicação do chanceler Ernesto Araújo.