Uma em cada três matérias é dada por professor sem formação específica, diz Inep

Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira divulgou os dados do Censo Escolar de 2018 nesta quinta-feira (31)

Inep divulgou os dados do Censo Escolar de 2018
Foto: Agencia Brasil/reprodução
Inep divulgou os dados do Censo Escolar de 2018

O  Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou o Censo Escolar da Educação Básica de 2018 nesta quinta-feira (31). A pesquisa é realizada em instituições públicas e particulares para determinar dados sobre a qualidade na educação do País. Entre as informações do documento, chama atenção o fato de uma em cada três disciplinas ser lecionada por professor sem formação específica.

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A porcentagem varia de acordo com a etapa de ensino. No ensino médio, 61,9% das disciplinas são dadas por professores licenciados na mesma área, enquanto no ensino fundamental, essa porcentagem é 58%, de acordo com o Censo .

Nos anos iniciais do ensino fundamental, do 1º ao 5º ano, 63,1% das disciplinas são ministradas por professores com licenciatura na mesma área. Nos anos finais, do 6º ao 9º ano, a porcentagem cai para 51,7%, o que significa que quase a metade das disciplinas é dada por professores que não são formados na área lecionada. 

A situação também muda de acordo com a região do País. A maior parte das disciplinas ministradas por professores com formação específica está no Sudeste, onde todas as etapas contam com pelo menos 67% das aulas com educadores mais preparados.

Já o Nordeste reúne os piores indicadores. Nos anos finais do ensino fundamental, a porcentagem de disciplinas com professores com formação para ministrá-las chega a apenas 33,6%, nos últimos do ensino fundamental.

Outro número que preocupa é a diminuição do número de estudantes matriculados nas escolas . Em 2018, foram registradas 48,5 milhões de matrículas nas 181,9 mil escolas de educação básica brasileiras. O número total apresenta uma redução em relação aos 48,6 milhões de estudantes registrados em 2017.

A maior parte dos estudantes está na rede pública, cerca de 39,5 milhões, 81,44% do total. Estão também, majoritariamente na área urbana (88,7%).

Apesar da redução do número geral de alunos,  a quantidade de matrículas na educação infantil cresceu cerca de 2,8% em relação a 2017, atingindo 8,7 milhões em 2018. Esse crescimento foi decorrente principalmente do aumento das matrículas em creches (5,3%).

Confira outros dados do Censo Escolar de 2018

Foto: Gabriela Portilho/Fundação Lemann
Censo 2018 revelou que menos crianças foram matriculas nas escolas do que em 2017

O documento revelou que o percentual de matrículas em tempo integral em escolas públicas, ou seja, de estudantes que passam sete horas diárias na escola, participando de diversas atividades, caiu no ensino fundamental. No ensino médio, o número cresceu.

De acordo com o Censo, o percentual de matrículas em tempo integral passou de 16,3% no ensino fundamental, nas escolas públicas, em 2017 para 10,9% em 2018. Esse percentual chegou a 19,4% em 2015. Nas escolas privadas, as matrículas tiveram um leve aumento, passando de 2,1% para 2,2% de 2017 para 2018.

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No ensino médio, a situação foi oposta. O percentual de matrículas em tempo integral passou de 8,4% em 2017 para 10,3% em 2018, nas escolas públicas. Nas privadas, passou de 3,9% para 4% no mesmo período.

O Censo traz ainda dados sobre a estrutura física das escolas. Os dados mostram que 63,4% das escolas públicas têm acesso à internet. Entre as particulares, o percentual chega a 96%, no ensino fundamental. No ensino médio, essas porcentagens são respectivamente 93,6% e 98,7%.

Apenas 8% das escolas públicas de ensino fundamental e 38,8% de ensino médio têm laboratório de ciências. Nas privadas, esse percentual chega a 26,3% no ensino fundamental e 57,2% no médio, revelou o Censo .

*Com informações da Agência Brasil