Principal desafio para a desigualdade de acesso à escola está na educação infantil, diz estudo da Abrinq
Agência Brasil
Principal desafio para a desigualdade de acesso à escola está na educação infantil, diz estudo da Abrinq

Além de ser um direito de todos, a educação é o caminho mais certeiro para uma série de soluções. Tal certeza voltou a ser lembrada, nesta terça-feira (10), após o lançamento de um estudo publicado pela Fundação Abrinq, que avalia os objetivos brasileiros relacionados à educação e ao trabalho.

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Segundo a análise da Abrinq , a redução das desigualdades entre as regiões brasileiras no acesso e na qualidade da educação é um dos principais desafios do País para o cumprimento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) até 2030. 

“As desigualdades regionais aparecem muito fortemente em todos os indicadores. É preciso uma política de redução de desigualdades urgente, e isso tem que ter tanto ações com foco regional, quanto ações para priorizar as classes sociais de mais baixa renda”, diz a administradora executiva da Fundação Abrinq, Heloisa Oliveira.

De acordo com o estudo, no que tange ao acesso à educação, o principal desafio no Brasil está no ensino infantil . Afinal, enquanto a média nacional de crianças de 4 e 5 anos matriculadas na pré-escola é de 91,6%, há estados em que o índice fica perto dos 70%. Os cinco estados com mais baixa oferta de pré-escola estão na Região Norte.

Essa realidade bate de frente com o Plano Nacional de Educação (PNE), que prevê que todas as crianças brasileiras nessa faixa etária estivessem matriculadas até 2016.

A região Norte também a que possui menor cobertura de creches. Enquanto a média nacional está nos 30,4%, no Amapá, o número de crianças em idade de creche que estão na escolinha chega a 6,5%, e no Amazonas, 8,3%. 

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A meta era de que o atendimento de 50% das crianças de até 3 anos em creches fosse realidade até 2024.

Qualidade da educação

Na avaliação sobre a qualidade do ensino, o estudo aponta desigualdades na taxa de aprendizagem para o 3º ano do ensino fundamental. Na matemática, por exemplo, enquanto a média de crianças com aprendizagem adequada é de 42,9%, em estados como o Maranhão o índice é de 16,3%. Na escrita, a média brasileira é de 65,5% e no Pará, de 34,3%.

Também há desigualdades nas taxas de analfabetismo da população entre 10 e 17 anos, que no Norte e Nordeste chegam a 5,4% nessa faixa etária, quase o dobro da média nacional (2,9%) e superior às demais regiões: Centro-Oeste (1,4%), Sudeste (1,3%) e Sul (1%).

O compromisso para implementar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável foi assinado há dois anos por 193 países, incluindo o Brasil. Embora o estudo da Abrinq traga dados negativos, os ODS deveriam orientar as políticas nacionais e as atividades de cooperação internacional nos próximos 15 anos, sucedendo e atualizando os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). O ministério da Educação não quis comentar os resultados da pesquisa.

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* Com informações da Agência Brasil.

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