O setor de ensino privado está pessimista em relação às ofertas de vagas pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) no segundo semestre deste ano. De acordo com as informações do jornal “O Estado S. Paulo”, grupos do mercado preveem número ainda menor do que as cerca de 70 mil vagas ofertadas nos dois últimos anos.
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O motivo para o baixo otimismo seria o discurso de austeridade da equipe econômica do governo federal, que prevê cortes de R$ 42,1 bilhões nas despesas da União em 2017. Os cortes de gastos esfriaram também as mudanças em relação ao chamado Fies 2.0. Segundo o jornal, o setor de ensino superior sente que parece estar de fora da agenda do governo a proposta de um novo modelo de financiamento estudantil.
Financiamento estudantil
O programa oferece financiamento a estudantes em cursos de instituições privadas de ensino superior. Atualmente, a taxa efetiva de juros do programa é de 6,5% ao ano. O percentual de financiamento é definido de acordo com o comprometimento da renda familiar mensal bruta per capita do estudante.
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O candidato deve ter renda familiar mensal de até três salários mínimos por pessoa. Neste semestre, o governo ofereceu 150.538 vagas para 1.599 instituições, abrangendo 29.293 cursos.
Além disso, o teto do financiamento aos estudantes foi reduzido. O limite mensal passou de R$ 7 mil para R$ 5 mil. A mudança, segundo o Ministério da Educação, fez parte de um processo de reestruturação do programa. No entanto, na Câmara dos Deputados, um projeto de decreto legislativo (PDC) pretende suspender a portaria do governo que reduziu o valor máximo de financiamento.
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A oferta de vagas do programa dá prioridade aos cursos de engenharias, formação de professores e áreas de saúde. Além das áreas prioritárias, o programa valoriza os cursos com melhores índices de qualidade em avaliações do Ministério da Educação. Para participar do Fies é preciso ter tirado pelo menos 450 pontos na média das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e não ter zerado a redação.