Cantor britânico não lança álbum inédito há sete anos e está longe dos palcos há quatro
A causa inicial do afastamento de Bowie, é verdade, foi mesmo a sua saúde. Em 2004, ele sentiu-se mal durante um show na Noruega e constatou-se que ele estava com uma séria obstrução numa artéria. Foi feita então uma angioplastia de emergência e o restante da turnê foi cancelada. De lá para cá, o cantor viveu de participações especiais. Se apresentou ao vivo com o Arcade Fire em duas oportunidades, gravou backing vocals para discos do TV on the Radio e de Scarlett Johansson, foi curador de um festival em Nova York, fez pontas em filmes ("O Grande Truque") e séries de TV ("Extras").
É pouca coisa para um artista que ganhou ao apelido de "camaleão" pela capacidade de se reinventar a cada trabalho. Em mais de 40 anos de carreira, Bowie passou do glam rock para a soul music, do eletrônico mais experimental ao pop mais radiofônico. Sua influência ultrapassou a música: está na moda, no cinema, no comportamento. Sua história está contada em detalhes em "Bowie - A Biografia", do jornalista Marc Spitz. Lançado lá fora em 2009, o livro ganhou edição brasileira no final do ano passado. Ele funciona tanto como introdução a quem pouco conhece do artista, como como ótima fonte de informação aos fãs mais dedicados.
Na comparação com outras biografias de astros do rock, Spitz tem a vantagem de realmente conhecer música e, com isso, conseguir analisar e contextualizar a importância da obra de Bowie. Por isso, não espere muitas fofocas a respeito da atribulada vida do artista. Elas até estão lá, mas contadas num tom respeitoso e às vezes até envergonhado - Spitz, afinal, é um aficcionado e não esconde isso. Sua tristeza nos últimos capítulos, ao falar sobre a reclusão do cantor, é evidente. Quem é fã entende.
Veja abaixo clipes de dois clássicos do cantor, "Space Oddity" e "Heroes":