O ano de 2023 foi reconhecido como o mais quente já registrado globalmente, mas 2024 promete superar essa marca. Os primeiros dias já indicam a intensidade desse fenômeno, com a onda de calor de janeiro atingindo uma sensação térmica de 60 graus no Rio de Janeiro. Segundo dados divulgados pelo C3S, Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus da União Europeia, a média de temperatura global atingiu 14,98ºC, a mais alta desde 1850.
O aumento nas atividades humanas, em especial o crescimento do desmatamento e as emissões de gases de efeito estufa ligadas à agricultura e à indústria, são identificados como as principais causas do aquecimento. Embora o calor intenso possa impulsionar o turismo e a movimentação urbana, para o setor agrícola, representa prejuízos consideráveis com impactos negativos no fechamento da safra.
Diante desse cenário, ações sustentáveis e o uso da tecnologia emergem como aliados cruciais para enfrentar as mudanças climáticas.
Impactos da produção de alimentos
O Observatório do Clima revela que cerca de 74% das emissões de gases de efeito estufa no Brasil estão relacionadas à produção de alimentos. A maior parcela (78%) provém da cadeia produtiva da carne bovina, principalmente devido ao desmatamento para pastagens e áreas de plantio.
"O agronegócio tem o potencial de desempenhar um papel fundamental na construção de uma agricultura sustentável e na mitigação das mudanças climáticas", destaca o meteorologista Guilherme Borges.
Entre as abordagens, destaca-se a metodologia desenvolvida pela Effatha Technology, que não só contribui de maneira sustentável para a produção agrícola, mas também pode aumentar a produção em até 25%, sem a necessidade de mais desmatamentos.
Monitoramento por satélite
Pedro Luiz Marzura, produtor de soja e milho no estado do Paraná, fez uso da tecnologia para salvar suas plantações e relata um aumento de 30% na produtividade nos 30 hectares onde foi aplicada em comparação com outras áreas.
A solução tecnológica utiliza frequências emitidas por satélites para ajustar as distâncias entre os átomos dos nutrientes do solo. Isso permite que as plantas absorvam esses insumos de maneira mais eficiente, aumentando a produtividade das lavouras. A aplicação ocorre desde o plantio até a colheita, ativada remotamente em poucos minutos, facilitando a implementação em qualquer região do Brasil ou de outros países.
"Com essas melhorias, todo o processo fica mais inteligente: gasta-se menos água, não impacta o bioma do solo, a plantação fica mais saudável, menos suscetível ao ataque de pragas, a colheita é mais produtiva", explica Marcelo Leonessa, da Effatha Technology.